A jornalista Carla Augusta Sant'Anna foi a primeira pessoa a testemunhar a invasão à mansão de Silvio Santos na manhã do dia 30 de agosto de 2001. O apresentador, cuja morte completa uma semana neste sábado (24), foi feito refém e os momentos de tensão serão retratados no filme estrelado por Rodrigo Faro. Em entrevista ao portal Splash, do UOL, ela relembrou a cobertura histórica.
Com 23 anos, Carla trabalhava no Canal 21, pertencente ao grupo Bandeirantes. Ela foi até a casa da família com uma missão: arrancar de Silvio declarações sobre a retomada da rotina após o fim do sequestro de Patrícia Abravanel, liberada apenas dois dias antes.
Carla e o cinegrafista aguardavam as movimentações quando viram um homem pular o muro da mansão. "Ainda estava tudo escuro e nós éramos a única equipe parada ali. Eu vi um rapaz passando na frente do nosso carro, usando moletom, gorro de lã e, com uma tranquilidade incrível, ele subiu nas pedras, em uma árvore e pulou o muro. Pensei: 'gente, isso não é normal'", relembra.
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A jornalista diz que avisou o segurança da rua, mas não foi levada a sério. Cinco minutos depois, Íris Abravanel e as filhas saíram da casa de pijama, enfileiradas. "O Silvio estava sequestrado e começou aquele 'auê'. Eu fiquei em choque, porque era tão nova, não era possível que isso estava acontecendo", conta Carla.
Após o fim do sequestro, Carla foi informada de que Silvio queria conhecê-la. O encontro aconteceu na casa do apresentador. O dono do SBT desejava saber tudo que ela viu, além de agradecê-la - a jornalista prestou depoimento à Polícia.
"Da hora que cheguei até a hora que saí, eu tinha dúvidas se aquilo era realidade, se não estava dormindo. Aquele homem grande na minha frente, aquele sorriso, qualquer pessoa fica atônita", relembra Carla, ainda em entrevista ao Splash.
Carla e Silvio se despediram com um abraço e, segundo ela, o ícone demonstrou gratidão. "Isso que eu chamo de pessoa certa na hora certa, você foi providencial. Fico agradecido, graças a Deus já está tudo sob controle", afirmou o veterano.