Xuxa Meneghel falou sobre os novos projetos. Entre eles, o lançamento de um livro infantil com temática LGBTQIA+. Em meio à criticas, a apresentadora fez um desabafo. "Agora, aos 57, quase 60 anos, com a bagagem que tenho - e que não é pouca - estou sendo criticada por escrever livros para crianças. Um em especial, que ainda nem saiu, inspirado na minha afilhada Maya, onde conto a história de uma menina que quer tanto ser amada, quer tanto alguém especial ao seu lado, que Deus lhe dá duas mães. Sim, o meu Deus não é preconceituoso, o meu Deus aceita todos como são", falou em sua coluna na "Vogue".
Xuxa contará a história da pequena Maia, uma menina "arco-íris", que tem duas mães. "Aliás, nós somos a semelhança Dele, então Deus é menino? É menina? É gordo? É magro? É preto? É branco? É surdo? É cego? O meu Deus é tudo isso, menos preconceituoso, homofóbico, racista, gordofóbico, machista. Deus é simplesmente amor. Onde houver amor, Ele estará: em cada sorriso da Maya, meu bebê arco-íris, que está representando tantos outros bebês que são discriminados por não se encaixarem no que resolvemos dizer que é 'normal' ou 'certo'", pontuou.
Xuxa disse o que fará com o valor arrecadado dos royalties. "Eu quero muito que vocês conheçam a história desse anjo. Não ganharei dinheiro algum com esses livros. Todos os meus royalties serão doados para santuários que resgatam animais vítimas de maus-tratos por todo Brasil, e ainda para a Aldeia Nissi, em Angola, que inclusive é evangélica. Sim, minha mãe também era. Não posso admitir que algumas pessoas que se intitulam cristãos, evangélicos, venham falar em nomes de todas as pessoas que realmente têm Deus no coração. Aliás, conheço muitos pastores, bispos, padres, espíritas, budistas que amam Deus e entendem que só Ele pode melhorar o mundo porque Ele é amor", afirmou.
Xuxa também relatou os julgamentos ao longo da carreira. "Aos 16 anos, quando comecei a trabalhar, me chamavam de suburbana. Depois, aos 17 anos, namorei Pelé, o maior ídolo do país por 6 anos e foi aí que eu conheci a maldade real das pessoas. Fui chamada de puta, interesseira que queria aparecer às custas de um rico famoso, garota de programa de luxo e muitos outros nomes. Quando comecei a trabalhar para crianças, aos 20 anos, fui taxada de loira burra, despreparada. Disseram que eu tinha relações com as Paquitas, com minha diretora e que eu não poderia trabalhar com o público infantil", destacou.
Xuxa comentou ainda o fato não ter casado com Luciano Szafir: "Comecei outro relacionamento, com o segundo maior ídolo desse país, o que incomodou muita gente. Diziam que era um relacionamento de fachada. Depois, resolvi ter minha filha aos 35 anos sem me casar e disseram que eu era mau exemplo para os públicos infantil e adolescente. Não ter o pai da Sasha ao meu lado fortaleceu o que sempre falavam: que eu gostava de mulheres, não prestava, era uma prostituta de luxo, etc... Aos 50 resolvi 'casar' sem cartório ou festa e, novamente, não sou bom exemplo, já que digo que estou feliz e com cara de bem comida ao lado do homem que escolhi. Isso choca? Sim, choca, porque para muitos, eu não tenho direito de ter uma vida sexual depois dos 50".
(Por Patrícia Dias)