O documentário "Pra Sempre Paquitas" revela os incômodos bastidores por conta do comportamento de Marlene Mattos, então empresária e diretora dos programas de Xuxa Meneghel como também traz à tona uma tentativa de sequestro à rainha dos baixinhos. É em um dos cinco episódios que o público ouve esse relato de Letícia Spiller, uma das antigas assistentes de palco da apresentadora.
O fato ocorreu em agosto de 1991 à tarde no Jardim Botânico e culminou com um homem de 18 anos morto ao trocar tiros com a polícia e vigilantes de um carro forte na avenida Lineu de Paula Machado, onde era localizado o Teatro Fênix, da Globo, palco das gravações de programas como "Cassino do Chacrinha" (1982-1988) e "Xou da Xuxa" (1986-1992), que levou mais de 3.000 pessoas para comemoração caótica de dois anos do programa gerando o meme "que 'Xou da Xuxa' é esse?".
O "Jornal do Brasil" relatou que D.L. (18 anos) e seu irmão A. (21 anos), que acabou ferido, foram acusados de planejar o sequestro de Letícia Spiller e de Xuxa, identificada na ação como "Ruça". Os irmãos moravam em São Paulo e o carro deles estava equipado com escopetas tanto na parte frontal (duas) como na traseira (quatro).
Os tiros seriam efetuados em caso da dupla achar necessário e para isso tinham que acionar um botão o interior do veículo. Na ação, o soldado D.A.M. foi baleado e J.A.N. morreu. O irmão de D.L. sofreu um corte no pescoço.
Não eram 14h quando um dos policiais de dentro de uma cabine da Polícia Militar suspeitou dos irmãos D.L. e A. parado 50 metros do estúdio da Globo em local proibido. Logo depois, quatro vigilantes de um carro de valores passaram a perseguir o Chevette, onde estavam os acusados de planejar o sequestro de Xuxa.
A ação envolveu ainda viaturas da PM e a perseguição ao Chevette só parou quando este bateu de frente com um outro carro, um Fiat. "O rapaz (A.) disse que ia levar Letícia e Ruça para São Paulo porque é apaixonado por elas", relatou o tenente do 2º BPM (Botafogo).
No Chevette foram encontradas oito granadas e um revólver fora as escopetas e um mapa que indicava pontos como o teatro da Globo e a produtora de Xuxa. "O inspetor G. M., do esquadrão antibomba da Policia Civil, descreveu o armamento como de forte teor explosivo, feito de pólvora e bilhas de 6 milímetros de diâmetro", prosseguiu o "JB".