A primeira infância é, sem dúvidas, a fase primordial para o desenvolvimento de uma criança. Desde atividades que estimulem a cognição ao contato com outras crianças, não faltam alternativas para tornar o processo mais simples. A educadora parental e especialista no assunto, Paloma Silveira Baumgart explica como passar por esse momento, de modo lúdico e sem mistérios.
"Desde a gestação, que é onde ocorre a formação do bebê, até completar seis anos de idade. Tudo o que nós somos hoje, como ser humano, nosso caráter, personalidade, medos, traumas, é formado durante este período", afirma.
"Por isso é uma fase de extrema importância. É uma janela de oportunidades, principalmente quando fala-se sobre desenvolvimento cerebral, porque tudo que é feito durante esse período tem impacto pra vida toda na formação do indivíduo", comenta.
Paloma conta que é preciso olhar a criança como um indivíduo único, destoando da ideia de que são apenas crianças e todas iguais.
"Cada filho precisa de nós de uma maneira, e cada um possui suas habilidades e desafios. Então, quando aprendemos a olhar para aquela criança individualmente, o processo se torna diferente e muito mais benéfico. Devemos olhar a criança com empatia, respeito e afeto", orienta.
"E isso tudo é muito importante nestes primeiros anos de vida. Podemos ajudar a desenvolver o seu máximo potencial, intelectualmente e emocionalmente falando, e sendo assim, o cérebro consegue fazer mais sinapses neurais, impactando em vários aspectos da vida", acrescenta.
Paloma pontua que as formas de expressão de uma criança, que muitas vezes são vistas como birra, devem ser observadas e tratadas de modo a entender que determinados comportamentos são (ou não) compatíveis com a sua idade.
"A pessoa deve-se colocar no lugar da criança. Por exemplo, uma criança de dois ou três anos de idade, não tem o córtex pré-frontal desenvolvido, e por isso não conseguem se autorregular, e reagem mal em diversas situações, muitas vezes perdendo o controle e se jogando no chão, e isso não é birra, é falta de competência cerebral", pontuou.
"Não é sobre fazer as vontades dela o tempo todo. É acolher, esperar ela se acalmar e explicar a situação, mantendo a firmeza. A linha da parentalidade positiva é você ser firme e gentil ao mesmo tempo. Com regras claras, mas não precisamos impor de uma maneira autoritária ou agressiva. Sempre com respeito e empatia por esse ser humano em construção", diz.
Paloma destaca a importância de saber nomear os sentimentos de uma criança, sem, necessariamente, utilizar de uma abordagem agressiva.
"A empatia e o afeto, são as coisas mais transformadoras na vida de uma criança. Quanto mais, melhor. Você falar o quanto ama, abraçar, beijar, isso não quer dizer que você está sendo permissivo, mimando ou deixando tudo. Isso só demonstra o quanto aquela criança é amada", alerta.
"O afeto e o respeito transforma e tem um impacto muito significativo na vida do ser humano. Temos que respeitar aquela criança como indivíduo único. A criança é um ser humano e precisa de nós adultos para guiá-las", justifica.
"Hoje temos muita informação sobre a melhor forma de conduzir a educação dos nossos filhos, antigamente não tinha e os pais eram muito autoritários, as crianças não podiam se quer falar ou expressar sua opinião, eram vistas como objetos e sem distinção. Hoje, com tantas informações podemos mudar o futuro, através de nossas crianças", finaliza.