Se em sua concepção e no seu primeiro capítulo "Além do Horizonte" se propunha a ser diferente e inovadora, o desfecho não escapou de algun clichês. No último capítulo da trama, exibido nesta sexta-feira (2), não faltou o tradicional casamento, vilões que se dão mal, casais com finais felizes e, é claro: bebês. Que, nesse caso, foram quadrigêmeos. A jornada em busca da felicidade concreta termina com uma mensagem positivista de que a verdadeira felicidade está na família, nos amigos e no amor.
Quando lançou o projeto, Ricardo Waddginton avisou: "É uma baita primeira vez". E como em toda primeira vez, nem sempre as coisas acontecem da maneira como foram idealizadas. O clima de mistério/suspense/ação do folhetim funcionou em muitos momentos, principalmente antes de a Comunidade e o verdadeiro intento do "Grupo" serem desvendados. Ainda que nem tudo tenha sido acerto e apesar dos acidentes de percurso, a novela arrebatou um público fiel que se manifestou pelo Twitter durante a exibição dos capítulos. A maioria torcendo por "Marlili" o casal formado por Marlon (Rodrigo Simas) e Lili (Juliana Paiva) que se tornou par romântico no desenrolar da história e teve seu "e foram felizes para sempre" em Paris.
Em meio a personagens fantasiosos como a "Besta" de Tapiré, o "Garimpeiro Fantasma", o Grande Mentor (Antonio Calloni) e o Luminoso Mestre (Alexandre Nero), outros termos foram surgindo, muitas vezes mais parecidos com o universo dos quadrinhos ou desenho animado. A chamada "Tropa do Bem" (a turma de mocinhos) se uniu para lutar contra os vilões, que pretendiam "dominar o mundo" manipulando as mentes das pessoas depois submetê-las ao incrível aparelho de lavagem cerebral que era a "máquina da felicidade eterna". Mais adiante foi descoberta uma "fórmula estabilizadora" do efeito produzido nesse processo, "lama gulosa" e por aí vai... Para quem gosta do gênero, um prato cheio.
Mas foi do lado de lá, no mundo real, que a grande e boa surpresa de "Além do Horizonte" aconteceu. O casal Marcelo (Igor Angelkorte) e Priscila (Laila Zaid) trouxe o humor num tom delicioso e leve, perfeito para o horário, e garantiu os melhores (e certamente mais divertidos) momentos da trama de Carlos Gregório e Marcos Bernstein. A dupla foi ganhando cada vez mais espaço - felizmente - e até no último capítulo conseguiu se manter como o grande destaque, junto com seus quatro bebês ruivos. Até mesmo o afastamento de Laila, para tratar uma pneumonia, foi aproveitado com genialidade por Marcelo, direção e autores; com cenas impagáveis.
Específicamente no último capítulo os efeitos especiais foram impressionates. A explosão da Comunidade na sequência da grandiosa morte de LC (Antonio Calloni) foi muito bem finalizada e eletrizante - adjetivo que perpassa todo o folhetim. Em oposição, também aconteceram cenas comoventes como a conversa de Kleber (Marcello Novaes) e Fátima (Yanna Lavigne) e a adoção de Nilson (JP Rufino). Mesmo sem primar pela inovação, foi um final tocante.
(Por Samyta Nunes)