O transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) costuma mostrar seus primeiros sinais ainda na infância. Ele tem como características a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade e estima-se que entre 3% e 5% das crianças em todo o mundo convivam com o TDAH. Essa condição, segundo o médico e neurocientista Dr. José Augusto Nasser, pode ter origens diversas: genética, exposição às toxinas ambientais, nascimento prematuro ou até mesmo hábitos não saudáveis da mãe durante a gestação, como o uso de drogas.
O especialista explica que crianças com TDAH podem apresentar baixa autoestima, relacionamentos problemáticos e pouco rendimento escolar. Os sintomas, que começam antes dos 12 anos, às vezes diminuem com a idade, mas algumas pessoas nunca os superam completamente.
"Esses sintomas podem ser leves, moderados, graves, e continuar até a idade adulta. O TDAH ocorre com mais frequência em homens do que em mulheres, e os comportamentos podem ser diferentes: meninos tendem a ser mais hiperativos, e as meninas menos atentas. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhor a progressão do paciente, tanto no ambiente escolar, como no familiar", destaca.
De acordo com Dr. José Augusto Nasser, ainda existe o mito de que uma criança com TDAH pode ser menos inteligente. O neurocientista esclarece que, quem faz o tratamento, tem inteligência normal e pode ser até mesmo acima da média, com desempenhos surpreendentes. Esses tratamentos são feitos com medicamentos, terapia comportamental, aconselhamento e serviços educacionais.
"Pode levar um tempo para determinar o que funciona melhor para o seu filho. Atualmente, os medicamentos psicoestimulantes são mais comumente prescritos para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Estimulantes parecem aumentar e equilibrar níveis de substâncias químicas cerebrais, os neurotransmissores. Os medicamentos ajudam a melhorar os sinais e sintomas de desatenção e hiperatividade", comenta.
O Dr. Nasser pontua ainda que as crianças são naturalmente ativas e impulsivas em algum momento, por isso nem sempre um comportamento hiperativo deve ser caracterizado como TDAH. O médico afirma ser comum, na idade pré-escolar, curtos períodos de atenção, ou que as crianças consigam continuar com uma atividade por muito tempo.
"Se você está preocupado que seu filho vai mostrar sinais de TDAH, consulte o médico de família. O profissional pode encaminhá-lo a um especialista, como um pediatra de desenvolvimento e comportamental, psicólogo, psiquiatra ou neurologista pediátrico. Mas, é importante primeiro ter uma avaliação médica para procurar outras possíveis causas das dificuldades do seu filho. O diagnóstico não é difícil", garante.