Stevie Wonder, que está com shows marcados novamente no Brasil, declarou que boicotará o estado da Flórida em suas apresentações nos Estados Unidos e outras localidades no mundo que violam os direitos humanos e a igualdade racial. A afirmação foi dada durante uma apresentação no Festival de Verão de Quebec, no Canadá, no último domingo (14). A decisão do músico é uma resposta ao julgamento de George Zimmerman, considerado inocente do assassinato de Trayvon Martin, de 17 anos, ocorrido em 2012. As informações são do jornal britânico "Daily Mail".
"Eu decidi hoje que enquanto a lei 'Stand your ground' não for abolida na Flórida, eu não vou mais me apresentar lá. Na verdade, não vou me apresentar em nenhum lugar do mundo que tenha uma lei semelhante", disse o cantor. A lei permite o uso de força em auto-defesa, sem a obrigação de se tentar uma retirada antes.
Ainda segundo a publicação, Stevie não está sozinho em seu protesto. Outros artistas americanos como Nick Minaj, Beyonce, FloRida e Wyclef Jean também criticaram o veredito e prestaram homenagem a Martin. No show em Quebec, o cantor pediu o apoio do público, para que se juntasse a ele no boicote, garantindo a mudança de leis injustas em seus estados e países.
O crime aconteceu em noite de fevereiro de 2012 quando Martin ia para a casa da namorada do pai. Zimmerman era um voluntário no policiamento comunitário que portava uma pistola. Ele alegou ter suspeitado do rapaz, que usava um casaco com capuz, mas estava desarmado. O adolescente o confrontou ao perceber que estava sendo seguido, e na briga, foi morto. Zimmerman foi preso 44 dias após o assassinato e alegou legítima defesa. A corte não permitiu que o tema fosse tratado como caso de racismo.
Na semana passada, o vigia, então, foi inocentado da acusação de morte do jovem negro Trayvon Martin. Barack Obama, presidente norte-americano, entretanto, defendeu a justiça no país, afirmando que a decisão do júri deve ser respeitada, já que os Estados Unidos são "Um Estado de direito".