Rita Lee já desembolsou mais de R$ 26 mil para pagar indezinação a quatro policiais sergipanos, que abriram processo contra a cantora por danos morais, em função de suas ofensas aos militares durante um show em Aracaju, em janeiro de 2012. Em entrevista ao Purepeople nesta segunda-feira (26), o Sargento Jorge Vieira, presidente da Amese (Associação dos Militares do Estado de Sergipe), contou que Rita Lee pode chegar a pagar um valor que ultrapasse os R$ 500 mil.
Segundo o Sargento, 33 policiais insultados pela intérprete de "Baila Comigo" decidiram, representados pela Amese, mover uma ação contra Rita Lee. A cantora usou palavras como "cafajestes", "cavalos" e termos de baixo calão para se referir aos militares que revistavam o público em um ambiente de alto consumo de drogas. Além disso, incentivou o uso da maconha dizendo que também queria fumar um "baseadinho". "O que ela fez foi um desserviço, um desrespeito", declara.
O grupo perdeu na primeira instância, pois o juiz considerou que o ocorrido faz parte do trabalho dos policiais e que, sendo assim, eles devem estar preparados para esse tipo de situação. Porém, o advogado Plínio Marcos recorreu e conseguiu perante a Turma Recursal, composta de três juízes, ganhar de dois votos a um. Desse modo, Rita Lee foi obrigada a pagar R$ 5.000 mais juros e multas aos envolvidos.
"Um policial, que entrou antecipadamente com o processo, já havia recebido o valor R$ 7.180. Os últimos três profissionais que receberam a indenização ganharam, cada um deles, R$ 6.519. A quantia mais baixa se deve ao fato de Rita Lee ter antecipado o pagamento para evitar o acréscimo de juros", afirma Jorge Vieira.
"Quatro policiais já receberam, faltam ainda 29, e esses são só da Amese, sem contar com aqueles que entraram com a ação por intermédio de outras associações. Não tinha menos de cem militares no dia do show, acredito que ela terá de pagar no total uma quantia acima dos R$ 500 mil", completa o presidente da associação.
A respeito do que representou ganhar essa causa, o sargento comenta: "Todo o mundo gosta de dinheiro, mas a questão principal não é essa. É uma forma de reparação moral, de resgatar a nossa honra, a nossa alegria e mostrar que se deve fazer o correto mesmo diante de uma poderosa cantora. Ela devia pensar "Eu sou a Rita Lee, posso fazer o que quiser", mas não é bem assim. Temos a tranquilidade de dizer que os policiais estavam fazendo o trabalho deles e uma prova de que não houve abuso é o fato de que ninguém do público fez queixa contra a polícia".
O Sargento Vieira, que revelou gostar das músicas da artista, mas reprovar a sua atitude, não acredita que Rita Lee tenha se arrependido de proferir as ofensas no show: "Pode ter se arrependido por causa do dinheiro que está gastando, mas não por suas ações, do contrário não teria publicado no Twitter há cerca de três semanas a frase 'Para safado, nenhum tostão furado'".
(Por Flávia Saboya)