A morte da Rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (08) despertou a curiosidade de internautas sobre a relação entre a monarca e Princesa Diana, cuja morte completou 25 anos neste ano. E parte dessa história foi contada na quarta temporada da série "The Crown".
A produção da Netflix movimentou as redes sociais por mostrar mais detalhes da relação da Rainha Elizabeth II com Diana e Margaret Thatcher. Mas o que, de fato, é real na trama da plataforma de streaming?
O jornal britânico "The Sun" entrevistou o ex-mordomo da família real Paul Burrell para matar a curiosidade dos telespectadores. E aqui vai um spoiler: a relação da "Princesa do Povo", cuja vida foi alvo de diversas obras biográficas, não era das melhores com a então sogra e até mesmo com o marido.
Emocionado, ele ainda lembrou uma declaração da inglesa a ele. "Diana me disse: 'Pensei que quando eu me casasse, meu marido estaria lá para mim, para cuidar de mim, me apoiar, me encorajar, mas ele não é assim'. As pessoas dizem: 'Isso não é real'", disse.
"Bom, é bem próximo da realidade. Você está vendo uma jovem garota desconhecida ascender, enquanto a estrela de Charles não brilhava e a popularidade dela se tornou maior que a dele. Esse é o problema", apontou Burell.
Se na série da Netflix é Diana escolhe a joia que selou seu compromisso com Charles, na vida real tal escolha coube apenas ao herdeiro do trono britânico e à matriarca real.
"Eu estava lá. A Rainha escolheu junto com o Príncipe Charles. Ela pediu para ver o joalheiro da realeza. Ele trouxe uma pasta com todas as pedras que você puder imaginar", afirmou o ex-funcionário, adicionando: "O Príncipe Charles desceu de sua suíte no Palácio de Buckingham e, entre os dois, eles escolheram aquele anel que Diana ganhou de presente".
Confidente de Diana, o ex-mordomo se comoveu com as cenas em que tal questão de saúde era retratada. "É muito triste para mim, assistir às cenas, deve ser triste para o público também. Ela sofreu por tanto tempo com isso. 'The Crown' retrata isso, mas apenas em pequenas cenas. Não é um fio condutor ao longo dos dez episódios. Mas estava lá durante a vida da Princesa. Eu estava lá. Eu a ajudei", disse.
Por outro lado, a realeza em momento algum, de acordo com Burell, mencionou a questão: "Ela não recebeu nenhum suporte de dentro. 'The Crown' retrata que ela não conseguia achar ajuda. E foi assim mesmo".
Apesar de cada um ter, de fato, seu quarto, os dois costumam a usar o cômodo comum. "Ambos têm suas suítes. Mas tem um quarto no meio que é o que eles usam. Pensar que a Rainha está totalmente sozinha, o tempo todo nesse relacionamento frio e indiferente é absolutamente fora da realidade. O Príncipe Philip adora a Rainha", garantiu Burell.
Outra relação indicada como tempestuosa na série é a de Elizabeth com Margaret Tatcher. Entretanto, o ex-funcionário real negou que houvesse uma disputa de poder clara entre a monarca e a primeira-ministra. "Elas não estavam em guerra uma com a outra, e ninguém sabe o que a Rainha dizia para a Primeira-ministra, porque as reuniões eram privadas. Então eles inventaram muita coisa ali", sinalizou.
Segundo o inglês, Elizabeth chegou até a mudar um look para evitar uma coincidência fashion no primeiro encontro de ambas.
"Eu estava trabalhando aquela noite e a Rainha estava lendo em uma sala, logo antes da audiência. Ela disse: 'Que cor a Primeira-ministra está usando?', porque ela (Tatcher) já havia chegado. Falei: 'Ela está usando azul, Sua Majestade'. 'Eu estou usando azul, melhor me trocar', ela respondeu. Então ela trocou por uma roupa vermelha", recordou.