[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a violência contra mulher. Caso você esteja passando por uma situação de violência doméstica ou conheça alguém que precise de ajuda, procure a Central de Atendimento à Mulher, disponível 24 horas pelo telefone 180, ou a Delegacia Especializada da Mulher (DDM) mais próxima]
A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei morreu nesta quinta-feira (05), vítima de feminicídio. Há quatro dias, Dickson Ndiema Marangach, seu ex-namorado, invadiu a casa da atleta e ateou fogo no corpo dela. As informações são da agência de notícias francesa France-Presse.
No último domingo (01), Rebecca estava na igreja com as duas filhas, de 9 e 11 anos, quando Dickson invadiu a casa. Assim que retornaram, o suspeito jogou gasolina no corpo da ex e atetou fogo, tudo isso na frente das crianças. Ela vivia em uma casa localizada em Endebess, no Quênia, a 25 km da fronteira com Uganda.
Rebecca morreu por falência múltipla dos órgãos após ter tido 80% do corpo queimado. "Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso. Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena", declarou Kimani Mbugua, diretor da UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret, no Quênia.
O pai de Rebecca, Joseph Cheptegei, afirma que os conflitos entre o ex-casal começaram devido à disputa por um terreno. O boletim de ocorrência ainda apresenta os dois como "um casal que constantemente tinha discussões familiares".
Rebecca tinha 33 anos e atuava como corredora de cross country, longa distância e maratona - o que a fez ser detentora de um recorde nacional. Ela iniciou a carreira em 2010 e, nos últimos anos, representou a Uganda em diversos campeonatos mundiais.
Há menos de um mês, Rebecca estava nos Jogos Olímpicos de Paris. Ela competiu na maratona feminina e terminou a competição em 44º lugar.