Impulsionados pelo empoderamento feminino e pela resistência do mercado formal, as mulheres têm investido cada vez mais no empreendedorismo. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Sebrae, o Brasil possui 10,1 milhões de mulheres à frente de empresas, cerca de 34% do número total de gestores do próprio negócio no país.
Shirley Costa, empresária na área da beleza há 10 anos, destaca que o crescimento do número de mulheres que buscam liberdade financeira e pessoal por meio do empreendedorismo, cresceu muito nos últimos anos devido a mudança de comportamento das mulheres, que passaram a chefiar lares e também a buscar independência dos parceiros.
"O empreendedorismo feminino alimenta áreas frágeis da sociedade, trazendo mudanças reais e palpáveis. Esse movimento não apenas aumenta o potencial de geração de empregos e de inovação, como traz força para as mulheres ocuparem o mundo dos negócios, ainda dominado pelos homens", destaca.
Segundo Shirley Costa, os desafios são muitos: quando o assunto é incentivo, concessão de créditos e investimentos, por exemplo, as mulheres saem atrás.
"O protagonismo feminino nos negócios ainda enfrenta barreiras sociais e por isso ainda é difícil alcançar um percentual mais igualitário, mas isso está mudando", garante.
Em números palpáveis, segundo a Rede Mulher Empreendedora, 42% das empresárias que solicitaram crédito, tiveram seus pedidos negados em 2021, um número expressivo quando analisado que 55% das empresárias brasileiras, abriram o negócio nos últimos 3 anos e 26% abriram o negócio durante a pandemia.
"Para além de serem a fonte de renda dessas mulheres, esses dados mostram que é mais difícil para elas escalonarem nos negócios. Muitas mulheres perderam o seu emprego formal e se viram obrigadas a ficarem em casa, sendo esteio de família. Sem poderem se dar ao luxo de ficarem paradas, elas partiram para o empreendedorismo", explica.
"Isso mostra como empreender para ela ainda pode ser relacionado com a necessidade de suprir um momento de necessidade, sendo culturalmente o empreendedorismo deve ser fomentado para que elas sejam protagonistas. Basta olhar para a lista dos 5 mais ricos do mundo, dominado por homens. Não é por uma questão de capacidade, mas incentivo e oportunidade ", pontua.
Com o intuito de diminuir essas barreiras, a empresa fundada por Shirley Costa, a Nina Makeup, investe no empreendedorismo feminino por meio da revenda de produtos.
"Esse é um dos pilares não apenas da empresa, mas de minha missão pessoal também. Ao alimentar esse mercado, há contribuição para a liberdade financeira dessas mulheres, em especial no Nordeste, onde atuo. A partir disso, a autoestima, o conhecimento e o protagonismo dessa mulher também é impulsionado", afirma.
Shirley dá dicas para as mulheres que estão começando a empreender. "Todo negócio precisa resolver um problema dos seus clientes, precisa preencher um espaço que não necessariamente pode ser com relação aos produtos, mas a missão da marca", alerta.
"Ao ter isso definido você consegue uma clareza maior para definir seu público-alvo, suas metas, seus produtos, bem como conseguirá tomar decisões mais assertivas com relação à marca", pontua.