Um dos principais nomes do rádio do Rio de Janeiro, Washington Rodrigues morreu aos 87 anos nesta quarta-feira (15) à noite. Comentarista esportivo, repórter, colunista, radialista e ex-técnico do Flamengo, seu time do coração, o "Velho Apolo" enfrentava um câncer de intestino. A mesma doença vitimou esse ano Quinho, intérprete de sambas-enredo do Salgueiro, e Anderson Leonardo, vocalista do Molejo (recorde outros famosos mortos esse ano).
Washington estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Desde 1999, Apolinho, como também era conhecido, apresentava o "Show do Apolinho" na rádio Tupi. A morte do comentarista abalou uma série de famosos como Alex Escobar, âncora do "Globo Esporte".
"Minha referência e inspiração. Contribuiu muito para meu amor pelo futebol e pela comunicação. Falava de um jeito simples e claro. Tinha a simpatia na voz. Letrinhas subindo, velho Apolo...Esteja em paz", escreveu.
Além de Escobar, outras personalidades se despediram do "Velho Apolo". Apresentador do Sportv, André Rizek chamou Apolinho de "lenda do rádio esportivo carioca". "Lendas não morrem. São eternas, como as diversas frases únicas e divertidas que ele deixou (mais feliz que pinto no lixo, cuspindo maribondos etc etc etc) . Tão repetidas que ganharam vida própria. Descansa em paz, Apolinho! Foi uma honra", afirmou.
O narrador Luiz Penido, com quem trabalhou na Tupi, foi outro a dar adeus. "Morreu no Rio o maior ícone do rádio. Apolinho, Washington Rodrigues partiu hoje para a vida eterna ao lado de Jesus. Não há palavras que descrevam a tristeza por sua partida", lamentou.
José Carlos Araújo, outro parceiro de transmissões esportivas, se despediu do amigo. "Meu querido amigo. Não existe palavra para expressar o tamanho do vazio que fica com a sua despedida. Você foi um grande parceiro na minha vida profissional, mas a nossa amizade sempre foi muito além da latinha. A única coisa que eu posso fazer no momento é agradecer pelos momentos inesquecíveis ao seu lado. Obrigado, Apolo. Você é eterno no rádio e no coração de todos nós", pontuou.
Natural do Engenho Novo, Zona Norte do Rio, e ex-bancário, Apolinho ganhou esse apelido em 1969 por conta da Missão Apollo 11 e por usar microfone sem fio em sua época de repórter. Nascido em 1º de setembro de 1936 Washington Carlos Nunes Rodrigues, teve passagens por rádios como Guanabara (hoje Bandeirantes), Globo e Nacional.
Na Tupi, o criador de bordões como "briga de cachorro grande" e "Geraldinos e Arquibaldos" (forma pela qual se referia aos torcedores da geral e arquibancada dos estádios) participava de outros programas ao longo do dia, além de atuar nas transmissões esportivas.
O "Velho Apolo" também era colunista do jornal carioca "Meia Hora". No Flamengo, foi diretor de futebol (em 1998) e treinador (em 1995), chegando a conquistar o vice-campeonato da extinta Supercopa Libertadores.