Pabllo Vittar não conseguiu conter a emoção ao relembrar as agressões físicas sofridas na infância devido à sua orientação sexual e aparência física. Durante o programa "Altas Horas" deste sábado (1º), a dona do hit "Indestrutível" - militante contra a LGBTfobia - contou para Serginho Groisman ter sido vítima de bullying e preconceito na sala de aula. "Foi muito difícil porque eu tinha 10 anos na 5ª série, era uma criança gordinha, afeminada e de cabelo grande. E eu fui para a escola nesse primeiro dia muito contente porque todo mundo queria chega na 5ª série. Como troquei de escola, achei que ia fazer um monte de amigo novo. No primeiro dia, me bateram e foi horroroso porque eu não tinha a quem recorrer. Tinha as minhas irmãs, que estudavam comigo e os professores não faziam nada, a diretora não fazia nada", disse a artista.
A violência por parte dos outros alunos da escola em que Pabllo Vittar havia acabado de entrar fizeram a artista de sucesso pensar em desistir de frequentar as aulas. "Eu lembro de ter chegado em casa chorando muito e falando para minha mãe: 'Mãe, eu não quero ir para a escola mais'. E minha mãe falou para mim: 'Você vai, sim. Pabllo, você vai para a escola amanhã porque a sua vida inteira vai ser desse jeito, se você se esconder, vai ser pior'", declarou a comandante do programa "Prazer, Pabllo Vittar", do Multishow, antes de cair no choro.
A drag queen que não se importa mais com as críticas a seu respeito afirmou ter orgulho em falar sobre a postura da mãe ao insistir para ele permanecer no colégio. "Ela é meu alicerce. Minha família é tudo para mim, são as pessoas que acreditaram em mim", disse. "Eu tenho muito orgulho de ter nascido na família da dona Verônica Rodrigues, que é a minha mãe. Sempre me aceitou e me amou. Criou a mim e minhas duas irmãs sozinha no interior do Pará e foi com muita garra. Eu lembro de ajudar a minha a colocar o cimento na calçada da gente", relembrou Pabllo.
Pabllo Vittar contou que seu corpo demorou para desenvolver. "Com 13 para 14 anos, já estava virando mangueira do avesso. Muito alta, muito magrinha, não tinha perna, nada. Eu ficava: 'Mas que diacho é isso? Todo mundo ficando bonita e eu ficando um curupira desse?' Mas a vida foi boa comigo, graças a Deus. Quando cheguei aos 18, 19, chegou o babado", brincou a artista. Com 1,87, a drag queen que zoou sua diferença de altura com Tatá Werneck ainda explicou o motivo de não usar mais sapatos de salto alto em programa de TV: "A maioria dos apresentadores tem uma estatura média, assim como você, Serginho! Muita gente se assustava com aquele avatar de salto chegando com 5 metros de altura (risos)".
(Por Carol Borges)