Marta Silva lamentou a eliminação do Brasil no futebol feminino na Olimpíada de Tóquio após perder para o Canadá nos pênaltis (4 x 3) em partida que valeria vaga na semifinal e foi disputada nesta manhã de sexta-feira (30), hora de Brasília. Com a derrota, a Seleção deu adeus na busca do ouro inédito na modalidade. O revés contrasta com a prata obtida por Rebeca Andrade na ginástica artística na véspera.
A craque do Brasil e maior artilheira em Copa do Mundo, Marta mostrou tristeza com a eliminação nas quartas de final em entrevista à Rede Globo. "Senti que a gente começou muito bem no jogo, tivemos possibilidade de até abrir o placar... Faltou um pouquinho mais de paciência no terço final do campo", admitiu a jogadora que converteu sua penalidade e que havia homenageado a noiva ao marcar gol na partida contra a China.
"Algumas situações a gente poderia ter aproveitado melhor, até mesmo na prorrogação porque nitidamente elas (canadenses) estavam mais cansadas que a gente, mas é coisa do futebol. São coisas que acontecem e às vezes nem sempre o melhor ganha né?! E agora é pensar no futuro", acrescentou depois do empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.
Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 (Atenas, na Grécia) e 2008 (Pequim, na China), Marta reforçou o pedido de apoio à modalidade. "Agora é continuar apoiando as nossas meninas, apoiando a modalidade porque o futebol feminino não acaba aqui, o futebol feminino continua e eu espero que as pessoas tenham essa consciência e que não saiam apontando o dedo para ninguém", frisou.
"Aqui não tem culpado ou o que faltou ou deixou de fazer, fizemos o que estava em nosso alcance, não faltou nada, o que faltou foi a bola entrar. Eu estou muito feliz, muito orgulhosa da equipe, muito orgulhosa de tudo que a gente viveu. Obviamente que fica aquele gostinho de que poderia mais", completou Marta, noiva da também atleta Toni Deon desde janeiro.
Até o meio desta manhã, a delegação brasileira somava sete medalhas. O único ouro foi obtido por Ítalo Ferreira, no surfe, modalidade que estreia nos Jogos nesta edição. Além da prata de Rebeca, quem fez história foi Rayssa Leal, de 13 anos, a mais jovem brasileira a subir no pódio, no skate, que consagrou ainda Kelvin Hoefler.
No judô Daniel Cargnin e Mayra Aguiar ficaram com o bronze, assim como Fernando Scheffer, na natação.