Na mesma semana, Tony Ramos e Roque foram parar na UTI em decorrência de sangramento intracraniano. O veterano ator de 75 anos passou por duas cirurgias, uma no dia 16 e a outra no dia 19, e deixou a unidade de terapia intensiva do Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (22).
Já o eterno braço-direito de Silvio Santos nos auditórios da TV, Gonçalo Roque voltou a preocupar família, amigos e fãs com uma nova internação, aos 87 anos. Ele foi levado para um hospital de Jundiaí (interior paulista) após passar mal durante almoço no sábado dia 18. Há três dias a previsão era que o responsável pelas caravanas do SBT fizesse uma bateria de exames.
Há sete anos, Roque colocou uma válvula no crânio em decorrência de hidrocefalia e teve três internações em cerca de 30 dias. No ano passado, o contratado do SBT sofreu um acidente em casa e depois foi diagnosticado com Covid-19, mesma época em que descobriu problema no coração, que o levou duas vezes à UTI.
Mas o que é o sangramento intracraniano? O que leva uma pessoa a apresentar esse quadro? O Purepeople te conta.
Médico formado pela Universidade Federal da Bahia, o doutor Vital Fernandes Araújo explica que o sangramento intracraniano é uma hemorragia diagnosticada na parte interior do crânio. A pessoa pode apresentar diferentes sintomas como falta de equilíbrio, vômitos, fortes dores de cabeça, náuseas até chegar a quadros mais graves.
Entre eles, desmaios e crises epilépticas. A vítima de um sangramento intracraniano pode apresentar também déficits neurológicos e letargia. A doença requer muito cuidado pois pode levar à morte em poucos dias, dependendo do grau. E da mesma forma, sequelas decorrentes de danos nas células do cérebro também podem ocorrer.
Ainda de acordo com o dr. Vital, a hipertensão é a maior causa. "O sangramento intracerebral pode ser causado por diversas razões, como aneurismas, traumas cerebrais, uso de drogas, malformação, entre outras, mas a causa considerada mais comum é a hipertensão arterial", contou.
Nos casos mais leves, o próprio sangue é reabsorvido e dá fim aos sintomas. "O diagnóstico em emergência determina o grau da hemorragia e a viabilidade da reabsorção", pontua, acrescentando: "Em casos mais graves, o tratamento começa na emergência, estabilizando os parâmetros vitais, garantindo as vias aéreas, reduzindo a pressão intracraniana com medicamentos, e equilibrando eletrólitos".
O médico dr.Fabiano de Abreu lembra que as questões ligadas à genética pode levar ao sangramento intracraniano. "As variações genéticas específicas podem influenciar a integridade dos vasos sanguíneos cerebrais ou alterar a resposta do corpo à hipertensão, aumentando o risco de hemorragias. Além disso, as neurociências estão nos ajudando a entender melhor como esses sangramentos afetam a função cerebral e quais regiões são mais vulneráveis, permitindo tratamentos mais direcionados e personalizados", detalhou.