Remy, personagem de Vladimir Brichta na novela "Segundo Sol", será assassinado nos próximos capítulos da trama e um mistério vai rondar sua morte. Além da grande suspeita sobre Luzia (Giovanna Antonelli), encontrada com a faca do crime no local do assassinato por Beto Falcão (Emilio Dantas) e Ionan (Armando Babaioff), e de Laureta (Adriana Esteves) confessar ter sido a mandante do esfaqueamento, personagens distantes do malandro podem executar a armação. "Todo mundo quer matá-lo, mas ele está fazendo por onde. Ele está indo para um lugar mais perverso, por enquanto. Os outros personagens da história ainda vão começar a frequentar esse lugar", diz Vladimir Brichta, em entrevista ao Purepeople.
Para o intérprete do mau-caráter responsável por contar a Luzia que seu filho com Beto está vivo, a grande surpresa do roteiro seria o assassino não ser alguém tão óbvio, que já tenha demonstrado motivos para matar Remy. "Acho que seria legal se, de repente, começássemos a descobrir relações dele com personagens que ele nunca encontrou. Um exemplo é Roberval (Fabrício Boliveira). Eu nunca gravei uma cena com o Fabrício. Se em uns flashbacks eles se encontrassem, seria divertido abrir esse leque", fala o marido de Adriana Esteves.
Vladimir Brichta também não tenta explicar as maldades cometidas por Remy. "Tem muito da inadequação dele com o pai, com a família. De alguma forma isso conturbou as escolhas dele, mas isso não justifica. Mau caráter se pode até explicar, mas não justificar. Um ato errado é um ato errado", declara. O artista acredita ter sido necessário transformar o personagem em alguém do mal: "Ele começou nessa coisa mais oportunista, mas a segunda fase veio um pouco diferente e, como ele ia morrer, junto com a direção e autor eu tive que achar esse lugar. Se ele fosse um cara divertido e atrapalhado, a morte dele pouco afetaria. Ele tem que ser mais incomodo do que só trapalhão".
O relacionamento conturbado de Remy e Karola também gerou uma nova discussão a respeito das ações do personagem. Em uma das cenas, o malandro força a mãe de Valentim (Danilo Mesquita) a fazer sexo, o que deixou Vladimir contra seu próprio papel. "Acho o Remy nesse momento abominável, execrável. Isso queimou muito o filme dele, com razão. Um comportamento desse é inaceitável. E é bom que a sociedade está discutindo isso agora, que está atenta aos limites em uma relação", afirma. "Ali, o Remy queimou o filme dele com o público e percebi isso. E achei bom. Tentamos defender os personagens naturalmente, não julga-lo, mas, com distanciamento, eu olho aquilo e acho reprovável. Achei ótimo o público ter falado que não, que tem limite", continua ela. Mesmo sem nomear como estupro, ele garante que a atitude de Remy foi abusiva: "Diria que houve, no mínimo, um abuso. Ele abusou de uma situação, de um poder que ele tinha. Seria difícil enquadrar como estupro por eles terem uma relação, mas certamente é uma relação de abuso doentio. E aquilo é um ato absolutamente reprovável".
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Carol Borges)