Neymar deu uma entrevista coletiva, direto da Granja Comary, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (10). Usando uma camisa do Brasil autografada pelos seus colegas da Seleção, o craque se emocionou ao falar sobre a lesão na terceira vértebra que sofreu no jogo contra a Colômbia. "Mais dois centímetros pra dentro, poderia ter sido muito pior. Eu poderia estar em uma cadeira de rodas agora", disse, com a voz embargada e enxugando lágrimas dos olhos.
Neymar preferiu não julgar se a joelhada que Zúñiga, o lateral-direito da Colômbia, deu em suas costas foi proposital, mas se colocou: "Foi um lance que eu não concordo, não aceito. Não vou falar que foi de maldade, porque não to na cabeça dele pra saber. Mas todo mundo que entende de futebol, sabe que aquela entrada não é normal. Da forma que ele veio, e da forma que a bola tava chegando, não foi de situação de jogo".
Mesmo assim, o atacante afirmou que não guardou mágoas do colega de profissão. "Claro que desculparia. Não tenho rancor, não sinto ódio dele. Ele me ligou pedindo desculpa, falando que não queria me machucar, falou um monte de coisas bonitas. Desejo que Deus o abençoe, e que ele tenha sucesso, tudo de melhor".
De volta à Granja Comary
Neymar deixou a sua casa no Guarujá, litoral paulista, onde estava sob cuidados médicos, para acompanhar de perto o treinamento dos companheiros pela disputa de uma terceira colocação no Mundial. Ele chegou na Região Serrana do Rio às 16h40.
"Estou muito feliz por ter voltado a reencontrar meus companheiros. Claro que é uma situação ruim, mas só de eu ter a oportunidade de andar, revê-los, está ótimo. Foi o que eu falei pra eles hoje: 'Começamos juntos e vamos terminar juntos'. Voltei pra terminar junto com eles, independentemente do que aconteceu. O que importa é que estamos fechados, unidos, e vamos terminar honestamente honrando a camisa que a gente ama", disse.
Derrota contra a Alemanha
O camisa 10 da Seleção ainda falou sobre ter visto a goleada de 7 a 1 que o Brasil sofreu no último jogo pela TV. "Me senti como todos vocês. Foi uma coisa inacreditável e inexplicável. Não consigo explicar, não tem o que falar. Foi um apagão que a nossa equipe teve, e tomamos gols difíceis de reverter. É muito fácil falar depois que as coisas acontecem, e é difícil estar dentro de campo. A gente não queria estar passando por isso, principalmente por nossas famílias, que sofrem mais do que a gente. Você ver a sua família chorando, seu filho chorando, pessoas que você não conhece chorando é muito complicado".
"A única coisa q eu queria era estar em campo com meus companheiros. A gente teve a oportunidade, nós fizemos de tudo pra conseguir, para marcar nosso nome na história de uma forma positiva. Falhamos, erramos, deixamos a desejar, não demonstramos o nosso melhor futebol. Foi um futebol regular, por isso chegamos às semifinais. Mas não foi um futebol de Seleção Brasileira, superior, que encanta a todos. A gente se sente humilhado e envergonhado, porque a gente não queria isso. Agora nos resta encarar a próxima partida como se fosse uma final, e sorrir", completou.
Dias difíceis após a lesão
Neymar lamentou, de coração aberto, ter ficado fora dos jogos da Copa após a lesão. "Foi uma da piores semanas que tive na minha vida. Se eu fosse imaginar uma semana ruim, eu não imaginaria essa, porque está sendo pior do que eu poderia imaginar", disse ao fazer um balanço sobre os últimos dias.
"Não está sendo pior por causa das mensagens dos amigos, da família, dos meus companheiros, da namorada (a atriz Bruna Marquezine ). Espero que isso tudo passe muito rápido", completou.
Preferência na final
Questionado sobre para quem está torcendo na final, o jogador declarou sua admiração por Messi, seu colega do Barcelona. "Merecimento tanto a Alemanha quanto a Argentina têm por terem chegado na final. Estou torcendo pelo meu companheiro, Messi, ele merece ser campeão, é um grande amigo, desejo muita sorte. Claro que se parar para pensar um brasileiro torcendo pra a Argentina... Galera, eu não estou torcendo pela Argentina, mas por uma pessoa que eu passei a admirar ainda mais por estar ao lado dele todos os dias. É um jogador que eu admirava de longe e passei a admirar como pessoa. A minha torcida é pelo Messi. Desejo toda a sorte do mundo para ele e para o Mascherano, que são os meus companheiros no Barcelona".