O corpo do ator Milton Gonçalves foi velado no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (31) pela família, amigos e colegas de profissão sob forte emoção. O ator que sofreu um AVC em 2020 morreu aos 88 anos na tarde da última segunda-feira. Lázaro Ramos foi um dos famosos que deram adeus ao artista, nascido em Monte Santo de Minas (MG), e recordou sua importância para as artes.
"Seu Milton pessoalmente para mim tem um sentido maior porque é a pessoa que abriu o caminho para eu chegar onde eu cheguei. Se eu sou ator, se eu tenho alguma ativação política, é muito pela voz que ele abriu para todos nós muitos anos atrás e é um ator de uma competência ímpar, que inclusive não tem comparativo até hoje", afirmou.
"De novo a gente volta ao Theatro Municipal para se despedir de mais uma pessoa importante para a nossa cultura. Dona Ruth de Souza (falecida em 2019), Elza Soares (morta no começo deste ano) e agora seu Milton. São pessoas que deixam um legado enorme", prosseguiu o marido de Taís Araujo.
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Mateus Solano recordou a parceria com Milton e o papel social desenvolvido pelo artista. "Estou aqui para celebrá-lo como ator, artista, militante do movimento negro e como sindicalista em defesa da nossa classe. Ele deixa um legado de esperança e reflexão. Miltão não estava parado, estava sempre atuante. O Milton, além de profissional, era um exemplo como cidadão", destacou.
Valentina Herszage também se despediu do ator, visto em mais de 70 filmes, entre eles a cinebiografia de Pelé. "Ele foi muito gentil comigo, assim como o personagem era. Ele era muito generoso e tinha muita humildade. Foi muito gentil e carinhoso. Lembro de estar apavorada, com medo e ele me acalmava", frisou.
Homenageado neste carnaval pela Santa Cruz, Milton foi velado ainda por Antonio Pitanga. "O Milton Gonçalves foi um lutador. eu o conheci em 1959, quando ele fazia uma peça com o Teatro de Arena. Em 1965, ele estava lá entre os fundadores da TV Globo. Ele fez um chamamento para a negrada toda, para que a gente tivesse uma posição de destaque e que a gente não fosse só escravo (nas novelas), recordou.