Flavio Migliaccio foi encontrado morto em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (4). Conhecido por trabalhos na série "Shazan, Xerife & Cia" e em novelas como "Rainha da Sucata" (no qual viveu o Moreiras), o ator tinha 85 anos. Há cerca de um mês, o meio artístico brasileiro já havia perdido o cantor e compositor Moraes Moreira e cuja morte foi lamentada por famosos como Baby do Brasil. Segundo a colunista Fabia Oliveira, do jornal "O Dia", ainda não se sabe a causa da morte de Migliaccio. Foram ao total aproximadamente 50 trabalhos na TV e mais de 20 no cinema.
Ainda de acordo com a publicação, neste domingo o artista fez um passeio pelo bairro da Urca e dali foi para seu sítio em um táxi. O último trabalho de Migliaccio foi na novela "Órfãos da Terra". Também nesta segunda, morreu aos 73 anos o compositor Aldir Blanc, responsável por clássicos da MPB como "O Bêbado e o Equilibrista", vítima de coronavírus, que já havia matado o cartunista Daniel Azulay. Blanc estava internado desde o dia 10 em decorrência de infecção urinária e pneumonia. No mês passado, o ator português Filipe Duarte morreu após um infarto e Adriana Esteves, de quem era par romântico em "Amor de Mãe", lamentou seu falecimento.
Tão logo o falecimento do ator foi confirmado, artistas prestaram suas últimas homenagens ao artista. "Grande colega, divertidíssimo, um baita ator, extremamente generoso. quem estava ao lado dele, brilhava junto", enumerou Marcelo Médici. "Toda minha admiração e carinho", completou Caio Blat, chamando-o de mestre. "O Flávio Migliaccio! Hoje está difícil. Que ator, cresci falando do Tio Maneco. Memorável recentemente em 'Órfãos da Terra'", acrescentou Rosane Svartman, autora de novelas. "Dia triste para a cultura nacional", lamentou Vera Holtz.
Nascido no Bras, em São Paulo, em 26 de agosto de 1934, Flavio estreou no teatro interpretando um morto. Filho de um barbeiro e uma dona de casa, o ator tinha 16 irmãos e foi também produtor, diretor, cartunista e roteirista. No teatro, subiu aos palcos com peças como "A Revolução na América do Sul". Já na TV, passou pela TV Tupi e estava na Globo desde 1972, quando atuou em "O Primeiro Amor", vivendo o Xerife, ao lado de Paulo José, que deu vida ao Shazan. Os personagens agradaram tanto que ganharam seu próprio seriado. Outro personagem marcante foi o Tio Maneco, vivido no cinema e em uma série educativa na extinta TVE, do Rio de Janeiro. Ainda foi visto em "A Próxima Vítima", na pele de Vitinho, que lhe rendeu prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), "Perigosas Peruas","Era Uma Vez...", "América", "Sete Pecados", "Caminho das Índias" e "Êta Mundo Bom!" - atualmente em reprise. Trabalhou também em especiais, seriados como "Tapas & Beijos", séries, programas de humor com Chico Anysio e Jô Soares e em episódios do "Você Decide".
(Por Guilherme Guidorizzi)