Titi Müller é antenada com o mundo da moda e pode ser considerada uma das vozes mais originais sobre o feminismo no cenário nacional: sempre com um jeito divertido, a apresentadora do "Anota Aí" dá suas opiniões nas redes sociais ou mesmo em apresentações ao vivo. E em um momento em que palavras como sororidade e empoderamento estão cada vez mais em alta, ela conversa com o Purepeople sobre a relação que tem com o universo fashion. "O feminismo mudou bastante a forma com que eu encaro o meu estilo, principalmente no que diz respeito ao conforto. Principalmente quem nasceu nos anos 80, passou pelos anos 90, se acostumou a colocar muita roupa apertada, muita roupa desconfortável, aquelas calças super marcadas e sutiã com muito bojo, muito arame", afirma.
Em setembro desse ano, Titi se casou com Tomas Bertoni, da banda Scalene e, no dia especial, quis refletir em seu look seu modo de enxergar a moda: o salto foi dispensado e o conforto, priorizado com calçados confortáveis como os que ela usa nas fotos da Bebecê que ilustram a galeria acima. "Na verdade, evito salto em todas as circunstâncias, mesmo em premiação, Red Carpet, sempre coloco um sapato bem confortável porque a minha coluna é a minha prioridade e o ritmo da festa também às vezes é ditado pelo salto que a gente está.
A apresentadora afirma com todas as letras que a diversão está acima de tudo, inclusive dos sapatos de salto. "Eu sempre priorizo o meu conforto e poder ficar até de manhã na pista (se for o caso, se eu quiser) e não ficar refém de um salto. No meu casamento não seria diferente. Escolhi dois modelos muito confortáveis, tanto pro cartório quanto pra festa, e eu vi que as pessoas adoraram. Eu acho que precisa de umas inspirações para as pessoas poderem ousar um pouco mais, principalmente no que diz respeito a uma situação tão tradicional que é o casamento", afirma a gaúcha, que escolheu modelitos diferentes assinados pela estilista Ellen Sales.
Além de uma maior autonomia em seus looks, a artista também viu se transformar sua relação com seu corpo. "O que mostra o que não mostra, a relação com o pelo, a relação com gordura, celulite, estria. Nós fomos criadas para mostrar só o que é absolutamente plástico e o que se encaixa dentro de um padrão de beleza que, na verdade, é inatingível. Então a gente olha pro espelho todos os dias e é uma desconstrução, uma batalha pra gente realmente se aceitar, porque a nossa geração não foi criada assim", opina a ruiva, que já sofreu com transtornos alimentares na adolescência.
A busca por enquadrar-se nos estereótipos, indica a apresentadora, também a atingiu. "Sei que eu tô dentro de um padrão da mulher magra, que teoricamente seria mais fácil de aceitar, mas as "noias" estão aí pra entrar na nossa cabeça independentemente de como a gente esteja fisicamente, como seja a nossa forma. Dentro desse contexto, o feminismo me desvendou muita coisa, tirou uma venda dos meus olhos", analisa.