Mariana Ximenes já tem data para voltar à TV em grande estilo: com looks sofisticados e muita elegância, a atriz será Adalgisa na nova minissérie da Globo, "Se Eu Fechar os Olhos Agora", prevista para estrear em abril. A trama de Ricardo Linhares, inspirada no livro homônimo de Edney Silvestre, se passa nos anos 1960 e por isso a maquiagem - com presença do delineado gatinho, que ganhou releitura nos dias atuais, assim como as tonalidades mais fortes de batom vermelho - e os figurinos usados pela atriz em cena têm esse toque vintage que certamente vão seguir inspirando muitas fashionistas que já aderirem a peças retrô nos looks durante o verão. A sofisticação de Mariana na história se deve ao fato de a personagem ser casada com o empresário bem-sucedido Geraldo Bastos, vivido por Gabriel Braga Nunes.
A história se passa na fictícia São Miguel e é contada através das lembranças de Paulo (João Gabriel D'Aleluia/Milton Gonçalves), ao lado do amigo Eduardo (Xande Valois). Os adolescentes se deparam com o corpo da jovem Anita (Thainá Duarte) à margem de um lago e são acusados pelo crime. A morte envolve um mistério e aponta para figuras importantes da sociedade: o prefeito Adriano Marques Torres e a primeira-dama Isabel, vividos pelo casal de atores Murilo Benício e Débora Falabella, o empresário Geraldo Bastos e a esposa, Adalgisa, além do marido da vítima, o dentista Francisco (Renato Borghi). Por conta própria, os jovens iniciam uma investigação e contam com a ajuda do enigmático Ubiratan, papel de Antonio Fagundes, já envolvido com as gravações da próxima novela das sete, "Bom Sucesso", na qual terá um romance com a passista de escola de samba vivida por Grazi Massafera.
Outros crimes acontecem e tudo o que Paulo, Eduardo e Ubiratan precisam é esclarecer os assassinatos para não serem as novas vítimas. "O principal não é quem matou Anita, e sim por que existe tanto silêncio em torno do passado daquela mulher", explica Ricardo. Isabel, por exemplo, aparenta ser a "perfeição" como mãe e esposa, mas passa por muitos conflitos íntimos. "A série se passa na década de 60, mas com muita identificação com o que a gente vive hoje. As mulheres da história são muito reprimidas e tentam, a todo custo, sair dessa bolha", avalia a atriz.
Segundo o autor, o ano em que a história se passa poderia ser 2019, mesmo com a diferença dos figurinos, dos carros antigos e de uma tecnologia bem distante dos chips e celulares de hoje, algo que Mariana Ximenes tem até se policiado para não ficar refém. Temas como racismo, intolerância e mulheres à frente do seu tempo vão costurar a trama. "Eu abordo a forte repressão da época. A sociedade era controlada pelo patriarcado branco, que ditava a hipocrisia do jogo de aparências. A trama trata da dificuldade dos relacionamentos amorosos, familiares e sociais, e dos segredos que cada um esconde para representar o seu papel na comunidade. São Miguel é um microcosmo do Brasil, das relações de poder e opressão. A discriminação, a intolerância com comportamentos que desafiam as regras e o racismo são questões atuais, cujas raízes estão no passado", completa Linhares.