Alguns telespectadores mais atentos têm notado algo diferente em Marcos Pasquim, atualmente no ar na novela "Babilônia", interpretando um gay enrustido. As "entradas" que o ator possuía no cabelo há alguns anos atrás não estão mais lá, dando um visual mais jovem ao artista. Em conversa com Purepeople, Pasquim conta que fez transplante capilar.
"As entradas me incomodavam, aquele fundo de piscina, sabe? Agora ouço muitos elogios. O importante é ficar natural e o meu, particularmente, ficou assim", avalia o artista, que herdou a calvície do avô materno e, mesmo com o novo visual, possui uma coleção de chapéus.
Segundo ele, a mudança também tem ligação com sua profissão. "Por trabalhar com a imagem, é importante ter cabelo. Não ter cabelo, eu consigo. O problema é criar cabelo. Se tivesse que usar peruca, me incomodaria. Prefiro ter o meu próprio cabelo. Hoje em dia, posso raspar a cabeça que vai crescer tudo de novo. Tenho essa opção", pontua o ator, com fama de galã.
Pasquim recorreu a uma nova técnica
Pasquim fez o transplante duas vezes. Na primeira ocasião, ele recorreu à técnica tradicional. Nela, uma sobra do couro cabeludo ainda com fios é cortada, os folículos são retirados dela e implantados na área sem cabelo. Essa cirurgia deixa cicatriz, como a que Paulo Vilhena exibiu na novela "Império".
Como a calvície de Pasquim avançou, ele recorreu a uma nova técnica, a FUE (Follicular Unit Extraction ou Extração de Unidades Foliculares, em português). Nessa, os folículos são retirados um a um e implantados na parte calva. Com isso, não fica uma cicatriz linear.
"O furinho que é feito na cabeça tem 0,8 milímetros de diâmetro. Essa bolinha, quando fecha, não deixa uma cicatriz visível a olho nu. E tiramos os folículos de forma aleatória, espalhada. Não pode tirar um do lado do outro porque assim formaria uma cicatriz linear", conta a dermatologista Maria Angélica Muricy Sanseverino, da Clínica Muricy, que fez os transplantes em Pasquim.
'Calvície não é a queda da raiz', diz médica
Segundo a médica, a calvície é causada por fatores hereditários e por uma sensibilidade que permite a entrada de um hormônio na célula do cabelo. Com o tempo, ele a destroi. Nisso, o folículo vai atrofiando e, o cabelo, afinando, até ficar careca. "Calvície não é a queda da raiz", explica.
Para fazer o transplante, são usados os folículos da parte posterior da cabeça. "Ela é a doadora. Por mais careca que a pessoa fique, essa parte, ela nunca perde. É uma área que não sofre a ação desse hormônio porque, ainda na gestação, a célula que dá origem a essa região é diferente da responsável pelo restante da cabeça".
"Você leva a raiz para a parte calva, com a memória da parte de trás. Uma vez transplantado, é definitivo", conta a especialista, alertando que, retirado o folículo, ele não cresce na parte de trás novamente. "É um transplante. Essa região fica menos densa, mas a proporção de fios que você tira não chega a devastá-la".
Cirurgia custa de R$ 25 mil a R$ 30 mil
O procedimento feito por Pasquim dura em média 8 horas e é feito com anestesia local. No caso do ator, foram retirados 3 mil folículos. "Num só dia, você faz seis mil furos na cabeça da pessoa. É uma cirurgia demorada e delicada, mas não deixa marcas", ressalta Maria Angélica. "É usada uma agulha específica que não causa traumas na raiz", completa ela sobre a operação cujo preço varia entre R$ 25 mil e R$ 30 mil.
O pós-operatório é simples, mas requer cuidados. "Pedimos três dias de repouso para que os folículos transplantados se fixem lá dentro. Se você passar a mão ou uma toalha, tira tudo", alerta a médica.
Os pacientes, no entanto, não precisam usar chapéu ou faixa na cabeça. Eles só recebem um kit com xampu específico, loção e vitamina. Para dormir também é preciso cuidado. "Tem que dormir praticamente sentado nos três primeiros dias. Não pode esfregar a cabeça no travesseiro, por exemplo".
(Por Anderson Dezan)