Maria Júlia Coutinho, ou Maju Coutinho, como é chamada por William Bonner, fará sua estreia na bancada do "Jornal Nacional" no próximo sábado (16). A partir deste fim de semana, o rosto da Previsão do Tempo do principal telejornal da Globo poderá ser vista no comando do noticiário, já que integrará o rodízio de fim de semana. Maju será a primeira mulher negra a sentar na bancada do "JN". A informação é da colunista Patrícia Kogut. A profissional já assumiu a bancada do "Jornal Hoje" em 2017 e causou furor na internet na época. Ela chegou à Globo em 2007. "Os preconceituosos ladram, mas a caravana passa", respondeu Maju Coutinho a ataques de preconceito recebidos no "JN". A caravana passou e agora, ninguém para seu talento!
Com muito carisma e uma linguagem bem explicativa à frente das previsões do tempo no "Jornal Nacional", Maju foi conquistando o público de casa. Além de suas brincadeiras com o âncora William Bonner, o estilo, incluindo penteados durante as participações no "JN", costumam gerar comentários nas redes sociais. Quando William Waack foi afastado da apresentação do noticiário, vários telespectadores pediram que ela a substituísse. Em 2017, ao estrear como plantonista, aos sábados, no "Jornal Hoje", a internet rasgou elogios à jornalista. "Maravilhosa. Você merece estar aonde está, torci muito por você! Estamos bem representados", escreveu um fã na época. Após passar por 4 meses de testes e até adiar a estreia por não se sentir segura em comandar o "JH", a primeira vez de Maria Júlia na bancada foi elogiada também por Bonner. "Maju causando, arrasando nas redes sociais! Parabéns!", escreveu o apresentador nas redes sociais, na época. Maria Júlia começou sua carreira há 14 anos, no "Jornal da Cultura", e foi para Globo em 2007.
Em 2015, a jornalista foi alvo de comentários racistas na página do Facebook do "Jornal Nacional. Em entrevista realizada na época, relembrou sua reação ao episódio. "Eu fechei a porta do quarto e chorei abraçada com o meu marido. Um choro por me sentir também acariciada por milhares de pessoas que se solidarizaram", contou Maju, ainda mostrando que situações como essas não atrapalhariam seu sucesso e reconhecimento. "Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores (...) Eu já lido com essa questão do preconceito desde que me entendo por gente (...) Fico muito indignada, mas não esmoreço, não perco o ânimo (...) A militância que faço é o meu trabalho, com carinho, dedicação e competência", comentou Maria Júlia. Filha de professores, a menina que demorou para se aceitar ,"por anos, me submeti a um rito para ser aceita: esquentava no fogão um pente de metal e alisava o cabelo" disse ela, hoje conta que diversas crianças negras têm interesse de ser como ela.
(Por Anna Wery)