Luciano Huck foi o entrevistado do programa "Diálogos", do canal pago Globonews, desta quinta-feira (14). Na bate-papo com Mario Sergio Conti, o apresentador relembrou o início de sua carreira no programa "H", na Band, e as criações das personagens Tiazinha (Suzana Alves) e Feiticeira (Joana Prado).
Questionado, Huck disse que não se arrepende da experiência de ter colocado mulheres seminuas no palco, mas, hoje, não repetiria a experiência.
"Naquele contexto foi super adequado. Eu tinha 25 anos, um descompromisso com tudo. Foram três anos divertidíssimos. Mas fazer isso hoje, não teria o menor sentido. Casado, com três filhos e quarenta e dois anos na cara, fazer programa de molecada não dá".
Acusado por muitos de assistencialista por alguns quadros do "Caldeirão do Huck" como "Lar Doce Lar" e "Lata Velha", Huck rejeitou o rótulo e afirmou que não explora a miséria dos outros em troca de audiência.
"Pelo menos estou fazendo alguma coisa. Estou empoderando, dando protagonismo, ouvindo história do Brasil inteiro. Reformar a casa, dar um carro, um negócio, é tudo uma desculpa para contar a história de alguém", justificou.
"Quero aproveitar o espaço que tenho para passar uma mensagem positiva, para mostrar caminhos, para que alguém, independente do credo, cor, raça, grana, tenha uma história pra contar. Tenho absoluta certeza da televisão que faço".
Futuro
Sobre uma futura carreira na política, como já foi cogitada, Huck garantiu não ter pretensões. "Não vou para a política. Já fazemos política no dia a dia, tentando trazer boas ideias e inspirando as pessoas, mostrando caminhos positivos", disse ele, revelando ser de "centro-esquerda".
"Política é vocação. Eu tenho vocação de conectar gente, promover debates, de ouvir. Vejo amigos que participam da política e não sei se teria estômago para esse universo. E minha mulher não iria deixar", brincou, citando Angélica.
Apontado como possível sucessor de Faustão aos domingos, Huck não disse se tem a pretensão de substitui-lo um dia, mas elogiou o colega de emissora. "Tenho o maior respeito pelo Fausto Silva, muito mesmo. Só quem faz televisão sabe o trabalho que dá e o tanto que tem de se reinventar pra ficar 25 anos no ar com o mesmo programa".
Privacidade
Questionado sobre o interesse da imprensa sobre sua vida, ele admitiu que isso "enche". "Mas não vou deixar de ter uma vida normal. Faz parte do pacote. Se você não quiser sair na revista e ter um paparazzo atrás de você, vá fazer outra coisa ou não sai de casa".
Para fugir disso, ele contou o que faz com Angélica e os filhos nas férias. "Vamos para o exterior. Lá há uma normalidade para as crianças de ir ao supermercado, à padaria, andar na rua, de pegar metrô. As férias são isso. No Brasil tem muita gente o tempo todo".
Mesmo com o assédio, Huck disse que não mudaria de profissão. "O prazer que meu trabalho me dá é imensamente maior que os incômodos que ele me traz, por perda de privacidade. Não gosto é de desrespeito. Não mexe com meus filhos e não entra na minha casa. Fora isso, se estou na rua, estou na rua".