Leticia Spiller é a drag Queen Rochanna, no filme "O Casamento de Gorete", em que também trabalha como produtora. Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal "Folha de S. Paulo" deste domingo (19), a atriz declarou que apoia campanhas contra o preconceito a grupos LGBT e afirma ser contra a homofobia:
"É triste ver como existem pessoas retrógradas num país com tudo para ser um lugar de cabeça aberta. A maioria da população é machista, preconceituosa. Qualquer agressão, verbal ou física a qualquer ser humano é crime".
No longa, Leticia volta a trabalhar ao lado do filho Pedro, de 17 anos, que viverá uma paixão pelo travesti Gorete, personagem de Rodrigo Santan'na, a Valéria do "Zorra Total", da Globo.
Para o papel, a atriz conta que o adolescente chegou a titubear, mas aceitou dar vida ao personagem, incentivado por ela. "Ele estava reticente no início. Expliquei que seria bacana fazer porque estava ajudando a sociedade a evoluir". E acrescentou: "É um filme família, classificação 12 anos. Só não é totalmente livre porque tem um palavrão ou outro. Mas quem é que não fala palavrão?".
Aos 41 anos, contratada pela Globo até 2016, no ar em "Boogie Oogie" e já reservada para "Lady Marizete", ela está mais interessada em conscientizar as pessoas sobre o tema da homossexualidade e dissipar preconceitos. (O filme) "é uma forma divertida e universal de tocar as pessoas", conta ela. "Tem amor e leveza. É uma fábula. A princesa é uma caricata, mas é uma dama. E mais digna que muita mulher por aí", analisa a atriz, que se antecipa sobre futuras reações avessas ao longa: "Como dizia Mazzaropi, o maior crítico é o público. É ele que me interessa"
O filme de Paulo Vespúcio conta a vida de Gorete, radialista que descobre ser herdeira do pai, com quem tinha um relacionamento distante desde a infância. Mas o pai estabelece uma condição para garantir a herança: que ela se case. É quando o filme começa a desenrolar a trama ao narrar a busca de Gorete pelo príncipe encantado. "O Casamento de Gorete" estreia dia 27 de novembro.