Leticia Colin, destaque como a prostituta Rosa na novela "Segundo Sol", em entrevista ao Purepeople explica que para a composição da personagem conta com a ajuda de uma profissional do sexo na vida real. "Tenho contato com uma pessoa que trabalha como garota de programa de luxo e me tira muitas dúvidas. Temos uma conversa muito franca, ela é muito generosa, pergunto coisas muito íntimas. Achei que era necessário ouvir esse outro lado e não julgar antes de ouvir", esclarece a atriz que comemora a química com Ícaro (Chay Suede) na trama.
Na pele da personagem que tem uma convivência conflituosa com a família, Leticia comenta que não esperava a repercussão que Rosa está tendo e explica inseguranças em sua interpretação. "Para mim essa repercussão positiva também é uma surpresa. Por mais que eu tenha uma trajetória longa, porque comecei muito cedo, não consigo saber o quanto vou render. O legal de uma personagem que te exige tanto, tão complexa. É que eu mirei num alvo difícil e isso me trouxe muitos problemas, me colocou em um caminho de muito trabalho. E me surpreendo quando a cena comove. Para mim, não é certo. A interpretação é mística, misteriosa. Para mim todo dia é uma surpresa maravilhosa, mas que vem de muito trabalho. Estou sempre pensando que pode não rolar. É que todo dia você precisa querer que aquilo aconteça, que as pessoas embarquem naquela história".
Abordando um assunto que muitas vezes é tabu na sociedade, Leticia, na pele de uma personagem que deseja sair da prostituição, mas não pode devido às dívidas que tem com a cafetina, chama atenção para a necessidade de falar sobre esse tema na dramaturgia. "Temos que falar sobre isso, porque não? Não existe padronização de nada. A prostituição é uma profissão. E não acho que seja pior ou melhor, mais difícil ou mais fácil, não existe profissão fácil. Padronizamos as coisas e jogamos tudo no mesmo pacote. Petroleiro, estivador, é físico. Tem tantas coisas que são complexas. A prostituição é uma profissão e a história confirma isso".
(Apuração Patrick Monteiro e texto de Helena Marques)