A situação de Leandro (Gabriel Gracindo) na reta final da novela "Amor Sem Igual" vai piorar e o advogado será preso depois que um áudio comprovar sua participação na tentativa de assassinato de Poderosa/Angélica (Day Mesquita), filha bastarda de Ramiro (Juan Alba). Em entrevista ao Purepeople, o ator não vê chance de regeneração do seu personagem na trama da Record TV, embora tenha sido ele quem revelou à prostituta que seu pai é o milionário. "Acho difícil. E penso que o caminho do Leandro não tem que ser a redenção, não no caso dele. Tem gente que não muda, não é?", questiona com bom humor.
Para Gabriel, o ex-cúmplice de Tobias (Thiago Rodrigues) e Bernardo (Heitor Martinez), por quem Beto (Pedro Nercessian) será assassinado, precisa estar sempre tramando alguma coisa. "Desde o primeiro capítulo da novela, o Leandro vem se enredando em uma teia de mentiras e traições. E isso é muito parte da personalidade dele, é quase uma necessidade que a personagem tem de estar sempre tramando e dissimulando", explica. "Mas dessa vez ele foi longe demais e tudo virá à tona, deixando cair as máscaras e fazendo o jogo ser aberto, cartas na mesa", completa o neto de Paulo Gracindo (1911 - 1995).
Gabriel analisa ainda que o abuso sexual cometido por Leandro contra Maria Antônia (Michelle Batista) trouxe um aprendizado para o bandido. "Ele já colheu muito do que plantou cometendo esse ato. Perdeu quase tudo, na verdade. E durante a novela foi a única coisa que fez ele refletir, que fez com que ele pensasse nas consequências do que faz. E tenho certeza que vai piorar muito para o lado dele ainda", aponta. Prestes a completar 43 anos, o filho de Gracindo Junior recorda ter sentindo a revolta do público por conta da cena. "Teve muita gente chocada e magoada. Sempre se mistura um pouco da realidade com a ficção e senti como se a decepção fosse direcionada para o Gabriel e não para o Leandro", afirma.
Mas para o ator, há um ponto positivo nessa confusão por parte de alguns telespectadores. "E isso é muito bom, reflete o alcance e impacto do nosso trabalho. E unanimemente, a torcida era para uma punição bem severa para ele", completa ele, que está em seu 17º trabalho consecutivo na emissora paulista. A parceria começou em 2004 com "A Escrava Isaura" e rendeu papéis de destaque nas minisséries "A História de Ester" (2010) e "Rei Davi" (2012) e nas novelas "Dona Xepa" (2013) e "O Rico e Lázaro" (2017).
Casado desde 2013 com Rayana Carvalho, Gabriel se tornou pai pela terceira vez no fim de outubro, agora de uma menina, Amélie - o casal já tem um menino, León, de 3 anos. "A casa está em festa esperando a chegada dela. Sem falar na família, amigos e pessoas próximas, todos na expectativa. Todos muito felizes. O nome veio de um espetáculo que escrevi e que enceno todos os anos em Recife, chamado 'Natal para Sempre'. Dei o nome de Amélie para personagem principal, que é interpretada pela Rayana. Aí quando soubemos que seria uma menina não tivemos a menor dúvida de qual nome colocar. Amélie foi homenageada mesmo antes de nascer", explica o também pai de João, de 22 anos, fruto de outro relacionamento, dias antes do nascimento da caçula.
"Eu fui pai aos vinte anos então nem me lembro mais como é não ser pai. Eu sou muito amigo dos meus filhos, aberto ao diálogo, sempre em busca de auxiliar o crescimento deles, mas sem facilitar demais. Deixo que caminhem com os próprios pés. Gostamos de sair a pé pelo bairro, sentar em algum lugar para comer e ficarmos juntos", enumera.
E Gabriel acredita que não será um pai ciumento. "Sempre coloco o respeito à opinião do outro em primeiro lugar, então com ela não vai ser diferente. Claro que como pai vou impor limites e tentar protegê-la de possíveis equívocos e questões da vida. Mas acredito que os pais são apenas a base pra um filho evoluir, quem decide seu caminho e faz suas escolhas são sempre eles. Nós já fomos (e somos) filhos e sabemos como é importante ter o apoio e parceria dos nossos pais. É o ciclo da vida que vai se desenrolando, e isso é o mais lindo", conclui.
(por Guilherme Guidorizzi)