A primeira reprise da novela "Corpo a Corpo" (1984/1985) é a nova chance de rever o trabalho de Lauro Corona, que morreu de forma precoce em 1989 aos 32 anos, por complicações da Aids. No polêmico folhetim de Gilberto Braga (1945-2021), o ator deu vida ao Rafa e contracenou com outros artistas que também já nos deixaram.
Com a grave doença, o artista se isolou e jamais admitiu ter contraído o vírus HIV, que vitimou outras personalidades. Infelizmente, esse foi o último trabalho de Lauro na faixa das oito (hoje, das nove). Depois de "Corpo a Corpo", o ator que ao contrário do que muitos pensam não esteve na primeira versão de "Cabocla" apresentou o "Globo de Ouro", e atuou no "TeleTema" e "Memórias de Um Gigolô".
Além disso, fez duas novelas das seis: "Direito de Amar" e "Vida Nova", na qual foi o Manuel Victor. Durante as gravações, Lauro apresentou complicações do vírus HIV e acabou tendo que deixar a história de Benedito Ruy Barbosa que jamais foi reprisada e segue fora do catálogo da globoplay.
O laudo médico apontou a morte em decorrência de "insuficiências respiratória, oportunista e renal aguda, septicemia, miocardite e hemorragia digestiva alta".
A morte de Lauro ocorreu em 20 de julho de 1989 à 0h15, apenas 14 dias após seu aniversário e pouco mais de de dois meses após o último capítulo de "Vida Nova". O artista ficou internado por nove dias e foi sepultado antes das 10h no cemitério São João Batista diante de 200 pessoas.
"O silêncio girou em torno do mal que o consumiu: amigos e familiares enterram com Lauro o nome da doença que ele jamais admitira ter contraído - a Aids", relatou "O Globo". "O ator tinha apenas uma mágoa, nos últimos dias de sua via: o fato de ter sido atingido em plena juventude", prosseguiu a publicação.
"Aids? Nunca se falou isto. Ele nunca comentou esse assunto", afirmou Alexandre Frota, então ator da Globo e hoje vereador eleito por Cotia (SP), no velório, por onde passou Gloria Pires, seu par na TV.
Vítima da Aids em 1993, Carlos Augusto Strazzer afirmou: "As reportagens certamente agravaram seu estado de saúde". Ainda segundo a publicação, Lauro dizia que estava estafado e sofreu uma intoxicação por conta de removedor usado pela Globo no estúdio.
Antes da internação, na Clínica São Vicente, onde morreu Emiliano Queiroz na última semana, o artista ficou meses isolado na casa dos pais em Copacabana. Ary Fontoura contou que Lauro lhe negou ter contraído o vírus HIV e que planejava levar o artista ao médico que atendia o cantor Cazuza.
"Ele me disse que estava bem, só estressado, mas o que tinha era uma profunda mágoa e revolta de se ver diante da morte aos 32 anos. Não entendo por que chegou a esse ponto, se existe tratamento", reforçou Arlete Salles.