A grife Balenciaga anunciou o fim definitivo de sua parceria com o rapper Kanye West nesta sexta-feira (21): a participação mais recente do cantor, apontado como namorado da modelo brasileira Juliana Nalú, com a casa de moda foi na Semana de Moda de Paris, durante o desfile da coleção Verão 2023.
Diante dos recorrentes comentários e comportamentos polêmicos do artista, a marca optou pelo fim da parceria. A confirmação veio em um comunicado da Kering, conglomerado que controla as ações da grife, ao portal WWD. "A Balenciaga não tem mais nenhum relacionamento nem planos para projetos futuros relacionados a esse artista", apontava a nota.
Uma fotografia de Kanye no desfile de verão 2023 já foi removida da Vogue Runway. A coleção Yeezy Gap Engineered by Balenciaga também foi deletada tanto do site da marca quanto de multimarcas que revendem os produtos.
Durante a Semana de Moda de Paris, Kanye surgiu com uma camiseta com a frase "White Lives Matter" (em tradução livre do inglês, vidas brancas importam), em referência ao movimento Black Lives Matter, que movimentou todo o mundo em 2020.
Posteriormente, o ex-marido de Kim Kardashian - cujo divórcio envolve uma verdadeira fortuna - foi às redes sociais se explicar, criticou a mobilização antirracista do passado e apagou o post algum tempo depois. "Aqui está minha última resposta quando as pessoas me perguntam por que eu fiz uma camiseta que diz que vidas brancas importam. E elas importam. (...) Todo mundo sabe que Black Lives Matter foi uma farsa. Agora acabou. De nada", disse.
Logo após a repercussão da polêmica na PFW, Kanye mostrou em suas redes capturas de tela de conversas com o rapper Sean Diddy e foi acusado de antissemitismo.
"Jesus é judeu. Isso não é um jogo. Vou usar você como exemplo para mostrar ao povo judeu que disse para você me ligar, que ninguém pode me ameaçar ou influenciar. Eu disse que isso era uma guerra. Agora vá arranjar alguns negócios para você", escreveu.
Tal publicação gerou restrições em seu perfil no Instagram e foi alvo de críticas de diferentes personalidades, como a modelo Bella Hadid.
"Permitir que qualquer forma de antissemitismo passe despercebido, por mais insensível que o mundo tenha se tornado, seria um desserviço aos meus amigos, às famílias com as quais cresci, às pessoas que amo e com quem trabalho, a mim mesmo e até a causa palestina como um todo. Porque o que defendemos não é ódio ou violência", afirmou a top model com ascendência palestina.
Com a conta no Instagram bloqueada, Kanye migrou para o Twitter e por lá reclamou com Mark Zuckerberg, CEO da Meta. "Olhe para isso, Mark. Como você foi me expulsar do Instagram. Você costumava ser meu 'mano'", afirmou.
Pouco tempo depois, também no Twitter, o artista voltou a fazer comentários com cunho antissemita. "Estou um pouco sonolento esta noite, mas quando eu acordar vou morrer com 3 do POVO JUDEU. O engraçado é que eu realmente não posso ser anti-semita porque os negros também são judeus", escreveu em tweet apagado posteriormente.
A lista de polêmicas recentes de Kanye West envolve ainda a família do norte-americano George Floyd. Durante uma participação do rapper no podcast "Drink Champs", ele afirmou que Floyd não teria morrido por conta da violência policial, mas pelo uso de drogas.
O caso de George Floyd ganhou repercussão mundial em maio de 2020: o norte-americano foi morto pelo policial Derek Chauvin, que se ajoelhou por quase nove minutos sobre o pescoço dele. Registrado em vídeo, o assassinato causou protestos mundiais contra a violência policial e levou à prisão do oficial.
Diante da declaração de Kanye West, a família de Floyd moveu um processo de R$ 1,3 bilhão contra Kanye West por conta das "falsas declarações sobre a morte de George Floyd para promover suas marcas e aumentar o valor e a receita de marketing para si mesmo, seus parceiros de negócios e associados".