As artimanhas de Ritinha são tantas, que até mesmo Isis Valverde fica com dúvida sobre a personagem, e tem que recorrer à autora da novela "A Força do Querer". Em conversa com o Purepeople nos bastidores de gravação, a atriz conta: "Já conversei com a Glória Perez várias vezes para tirar dúvidas sobre a Ritinha, como ela reagiria nessa ou naquela situação". Mas apesar de achar que a "sereia" não é maldosa, Isis discorda das atitudes da personagem na trama.
A intérprete de Ritinha afirma que sempre foi atendida com muito carinho pela autora. "E hoje está claro para mim que ela não é maldosa, ela não tem noção de que vivemos em uma sociedade, que temos regras, relação com o outro", diz, e explica que esse comportamento é devido à fantasia de que é de fato filha da mãe d'água: "Sereias não pensam nisso. Ela mente, mas não como psicopata. Mente com medo. Vai pela natureza dela, que é de sereia".
Enquanto para a personagem tudo é simples, para Isis, não é tão descomplicado assim. "Para mim a vida não é simples não. Vivemos em uma sociedade, temos regras, relações, pessoas que estão do outro lado. Temos que abdicar de algumas coisas pelo outro". Ela acredita que Ritinha não deseja o mal das pessoas, mas também não mede as consequências de nada. "Eu digo que é o fantástico mundo de Ritinha. Eu fico brava demais com ela", afirma a artista.
A atriz considera as mentiras que Ritinha inventa, principalmente a omissão da paternidade do filho, as ações mais absurdas da personagem. "Ela sofre com isso também, mas não entrega o erro. Isso, para mim, é muito pesado. Não entende que prejudica o outro. Acaba machucando pessoas que ela ama com suas atitudes". Nos próximos capítulos da trama das nove, Ruy (Fiuk) descobre que a mulher andou beijando o ex-marido, e Joyce (Maria Fernanda Cândido) vai impedi-la de ficar com o filho.
Além de Ritinha, Isis também já protagonizou a minissérie "O Canto da Sereia", e conta que esta é uma figura mitológica presente em seu imaginário desde sua infância, quando gostava de contar histórias que ela mesma criava. "Era muito chato brincar comigo", brinca, e relata: "Quando eu tinha uns sete anos, inventei que eu era a 'Sereia do Coração do Oceano', por causa do colar do filme Titanic". Ela lembra que chantageava as amiguinhas para que aceitassem ser a vilã: "Dizia que se elas não topassem a brincadeira, eu não faria o dever de casa delas. Eu nadava de perna amarrada para parecer uma sereia e queria que a minha amiga fizesse o mesmo. Aí eu amarrava os pés dela com fita de cabelo, só que ela afogava".
(Apuração de Carmen Lúcia e texto de Samyta Nunes)