Karin Hils, ex-integrante do icônico grupo Rouge, fez um desabafo surpreendente sobre seu passado. Em entrevista recente ao podcast 'Pod, Não Pod ou Depende', a artista relembrou o início da banda que marcou gerações e falou sobre um aborto que fez na época. "Escolhi seguir a minha carreira", admitiu ela, sincera.
O Rouge foi formado em 2002 no reality 'Popstars', exibido pelo SBT. O programa tinha a proposta de formar um grupo musical feminino com cinco integrantes e, para isso, contou com jurados para escolher as futuras 'divas' entre 30 mil garotas de todo o país. Ao longo de 20 episódios, candidatas entre 18 e 25 anos encararam diversos testes eliminatórios. Por fim, Aline Wirley , Fantine Thó, Karin Hils, Lissah e Luciana Andrade foram as selecionadas. O sonho começava ali.
Karin veio de Paracambi, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e com apenas 20 anos, viu seu mundo mudar por completo. Ao assinar um contrato com a Sony Music, ela se tornou parte essencial de um dos maiores fenômenos da música pop brasileira dos anos 2000. No entanto, algo a 'impedia' de focar completamente na carreira: uma gravidez. "Eu vou falar uma coisa aqui que eu nunca falei em lugar nenhum. Na verdade, eu já fui mãe. Assim que eu entrei no Rouge, eu fiz um aborto. Dois ou três meses depois de entrar no grupo, eu engravidei", contou Hils.
"A vida é feita de escolhas e eu escolhi seguir a minha carreira. Eu não tive muito tempo para pensar a respeito", continuou ela. Karin ainda revelou que conversou com a pessoa que seria o pai de seu filho e ele a incentivou no processo: "Ele dizia: 'Você é doida, o que você vai fazer com a sua vida? Você demorou tanto para poder chegar até aqui' e eu já entendi o recado".
A voz de 'Um Anjo Veio Me Falar' reforçou que pensava, a todo tempo, no contrato assinado com uma grande gravadora. "Era tudo muito amarrado e eu estava no meio daquela loucura... Então, eu fiz esse aborto e segui com a minha vida", continuou Karin, enfatizando 'nunca mais' ter pensado sobre o assunto. "Não foi uma coisa que me acompanhou ao longo da vida, sabe?", explicou.
Tempo depois, ela percebeu em terapia que não enxergava o luto com bons olhos e, tal como outras fases de sua vida, preferia focar no trabalho. Viver no automático era a melhor opção para não encarar a perda. Até que as memórias daquela ocasião vieram com tudo, no momento em que Hils começou a ter experiências profissionais que a colocavam em um lugar de 'mãe'.
"É impressionante como a arte nos coloca em alguns lugares. Eu passei a ter várias experiências como mãe, uma em especial no coro, em que eu era mãe de um adolescente, tinha que fazer um número cantando a música 'Pedaço de mim', de Chico Buarque, e quando comecei a estudar a letra foi uma catarse. Eu mergulhei naquela fase da vida e pensei 'era para eu ter um filho nessa idade'. Era para eu ter sido mãe de um filho já adolescente... Foi uma loucura", avaliou sobre o período de reflexão.