A 10ª edição do Rock in Rio começa nesta sexta-feira (13) e pela primeira vez em 40 anos vai ter espaço para a música sertaneja. Apesar da pluralidade a mais de um gênero musical, Fafá de Belém segue irritada com o festival pela ausência de artistas do Norte entre os 73 representantes brasileiros e se manifestou novamente.
"(Os organizadores) Não fizeram um 'mea culpa', pelo contrário. Fizeram um manifesto sugerindo que eu queria estar lá. Achei muito grosseiro, muito grosseiro. (...) Mas, tudo bem. Minha couraça segura a onda", afirmou ao portal "Splash" reclamando ainda da gravação da música "Deixa o Coração Falar".
"Não tinha nenhum artista amazônico (na música). Depois, eles consertaram, botaram ali (na programação). Quando eu vi aquilo, fiquei absolutamente chocada", prosseguiu Fafá, homenageada neste ano no carnaval de São Paulo e citada em comunicado do Rock in Rio. A nota lembrou a apresentação da cantora há cinco anos no Palco Sunset.
Sincera, a artista ícone do movimento Diretas Já afasta qualquer receio da "cultura do cancelamento". "Com 50 anos de carreira e 68 de idade, eu nunca tive travas, mas fui muito cancelada. Muitas vezes fui cancelada, porque eu não me adequava aqui, eu não puxava o saco daqueles [ali]. Hoje, cada vez menos, tenho medo do cancelamento. E, naquele momento, era preciso falar", reforçou Fafá.
A cantora ainda fez uma defesa enfática do povo amazônico. "Nós temos pensadores, temos fotógrafos, temos dançarinos, temos pintores, temos cantores, temos autores. E é sobre isso que é esse meu fórum, de sair da alegoria para começar a discutir o pensamento, o ser amazônico, e que temos muito a acrescentar, principalmente para quem quer saber de Amazônia. Ninguém sabe mais da Amazônia do que nós", concluiu a cantora, com apresentações para três papas diferentes no currículo.