A novela "Jezabel" chega ao fim nesta segunda-feira (12) com a rainha má vivida por Lidi Lisboa sendo jogada da sacada do seu palácio e, em seguida, devorada por dois cães. Intérprete do eunuco Jaali da trama bíblica, Edu Porto se despede daquele que considera seu personagem mais complexo. "Foi muito antagonismo num ser só. Após ser ceifado (perdeu os órgãos genitais), se viu obrigado a tomar conta das mulheres do rei. Virou chefe do harém e cuidava das 70 mulheres do Acabe (André Bankoff)", relata ao Purepeople. Também no último capítulo, Samira (Laís Pinho) tem um reencontro emocionado com a família, enquanto Jezabel sofre outro duro golpe antes de morrer: a morte do filho Jorão (Diyo Coelho).
Em seu terceiro trabalho inspirado no Livro Sagrado, Edu aponta qual foi a maior dificuldade para se transportar para aproximadamente 850 a.C. "A dificuldade maior é sempre de neutralizar o sotaque", diz o intérprete de Jaali, visto anteriormente em "José do Egito" (2012) e "A Terra Prometida" (2016). "E o balanço foi superpositivo! Vivi coisas da ancestralidade que somente essa nossa profissão maravilhosa pode nos dar", exalta. E do seu personagem, o ator garante ter levado um aprendizado. "A gente sempre aprende com cada personagem, mas com o Jaali aprendi que tudo passa. Ele e mais alguns personagens ficaram até o final da trama (quase todos morreram), sendo assim, ele viu muita coisa boa e muita coisa ruim. Tudo passa! Peguei isso para minha vida", aponta Edu. Com o fim de "Jezabel", que dá lugar à reapresentação de "O Rico e Lázaro", que narra a trajetória de dois amigos de infância que se tornam inimigos, o ator vira suas atenções para o teatro, na peça "Era Só por uma Noite", no qual se divide entre atuação, produção e roteiro. "São quatro anos de espetáculo e agora vamos começar a viajar pelo Brasil em turnê. Televisão não posso contar ainda", diz, fazendo mistério.
A 12ª produção baseada na Bíblia não conseguiu repetir os índices de "Os Dez Mandamentos" (2015) e manteve a RecordTV em terceiro lugar, na medição do Ibope de São Paulo. Os baixos números frustraram Cristianne Fridman, autora do folhetim e responsável também por "Topíssima", no ar às 19h45, e da sucessora desta, "Amor sem Igual" (título provisório). "Nos empenhamos muito quando realizamos o nosso trabalho e, claro, queremos que ele alcance o maior número de telespectadores. Não houve cobrança da emissora pela audiência, mas eu gostaria que ela tivesse sido maior. A macrossérie merecia", frisou ao site a novelista que acumula novelas como "Vidas em Jogo" (2012).
(Por Guilherme Guidorizzi)