Maria Rita e Elis Regina estão no topo dos assuntos mais comentados das redes sociais nesta terça-feira (04) por conta de um comercial de uma fabricante de automóveis, que uniu as vozes e as imagens de mãe e filha com a ajuda da inteligência artificial. Com isso, diversas curiosidades sobre as icônicas artistas têm vindo à tona. Você sabia, por exemplo, que a "Pimentinha" batizou a caçula em referência a uma grande amiga, que também era um ícone da música brasileira?
Fruto da relação de Elis com o pianista César Camargo Mariano, Maria Rita recebeu este nome graças à amizade da mãe com Rita Lee, falecida há quase dois meses em decorrência de um câncer. A rockeira também mantinha uma relação próxima com o músico, que trabalhou como produtor e arranjador em um de seus trabalhos.
Dias após a morte da intérprete de "Lança Perfume", Maria subiu ao palco e celebrou a proximidade de Elis e Rita. "Esta semana eu perdi, nós perdemos, mas eu perdi uma figura feminina muito importante. Entender a ausência da Rita tem sido um desafio. O que me acalma o coração é pensar na zona que ela e minha mãe devem estar fazendo. Deve estar uma fofoca larga (risos). Isso me acalma", disse a intérprete, em um show realizado no Rio de Janeiro.
A amizade de Rita Lee e Elis Regina começou em um dos momentos mais delicados da trajetória da ruiva. Ela estava presa por porte de drogas, uma detenção injusta, como a rockeira conta em sua famosa autobiografia. Grávida do primeiro filho, Beto, ela estava sem consumir nenhum tipo de droga e a maconha que fora encontrada em sua casa teria sido plantada por policiais.
Na cadeia, Rita foi surpreendida pela visita de Elis, quem ela acreditava não gostar dela por conta da implicância de alguns músicos da MPB com a guitarra elétrica que Os Mutantes ajudaram a popularizar. A "Pimenta" encontrou a colega sofrendo de cólicas insuportáveis, que eram um princípio de aborto, e armou o maior escarcéu para que a gestante fosse atendida por médicos o quanto antes. Depois daquela enorme prova de sororidade, as duas nunca mais se desgrudaram.
"O perigo de aborto era real. Nada foi feito. Naquele exato momento, chega uma carcereira dizendo: 'Rita Lee, chegou uma artista famosa aqui na portaria e tá junto com o filhinho rodando a baiana, querendo te levar de qualquer jeito' (...) Céus quem seria essa santa porreta que me aparece exatamente na hora que eu mais preciso, Nossa Senhora das Roqueiras? Chego corcunda de dor na sala do delegado e quem vem me dar um abraço dos mais fofos que já recebi na vida? Elis, aquela que fazia cara feia para os roqueiros! Elis, a musa mor da MPB!", diz Rita, no livro "Uma autobiografia", de 2016.