As maldades de Cora, praticadas até então por Marjorie Estiano, já conquistaram o público logo no primeiro capítulo de "Império". Mas nesta quinta-feira (24), começa a segunda fase da trama de Aguinaldo Silva e Drica Moraes assume a vilã. Em conversa com o Purepeople, a atriz comenta as oscilações emocionais da personagem: "Ela é alucinante! Pode estar dizendo o contrário do que pensa e sentindo o contrário do que fala... Essa montanha-russa é desgastante, mas dá muito prazer".
As cenas de Cora já caíram tanto no gosto do público que Marjorie já ganhou até uma campanha para ficar no folhetim, além de elogios da colega com quem divide o papel. Prestes a estrear na pele da megera, Drica comenta: "O Aguinaldo escreve com muitas matizes, com muitas variantes e sutilezas. Tem humor, tem drama, tem tragédia, tem drama psicológico, tem tudo! Ele escreve com a mão cheia."
A atriz acredita que o lado humano da vilã pode gerar identificação com o público, por isso esta será sua aposta na segunda fase. "Meu objetivo é traduzir o humano. Acho que o público pode se identificar a partir da humanidade dela: as imperfeições, os erros, contradições, a mudança de opinião... Enfim, lados ruins que todos nós temos. É claro que eu não estou defendendo o que ela faz, mas acho que o público acaba se identificando porque somos falhos, somos humanos e imperfeitos".
Como o autor prometeu e vem cumprindo até aqui, "Império" é um novelão com elementos clássicos do folhetim e do melodrama, gêneros formadores da telenovela. E a intenção de Drica é usar o melhor disso em cena: "O melodrama tem um despudor com o sentimento, com a emoção. Nesse sentido eu acho que a equipe e o elenco estão bastante disponíveis para a explosão e contenção da emoção. Isso diz respeito à falta de pudor em se mostrar."
Sobre as possíveis comparações de Cora com Nazaré Tedesco, a antológica vilã de "Senhora do Destino", ela diz que não se preocupa: "Eu não me comparo. As pessoas podem me comparar, mas eu não. Realmente estou na minha vida para cumprir o meu caminho, então o que vier de bom vai ser maravilhoso."
Em tempos em que as vilãs são mais aclamadas pelo público que as mocinhas, Drica explica que a razão para isso pode ser a identificação: "Eu acho que os autores acabam escrevendo as vilãs de uma maneira complexa, como é o ser humano, ou seja, cheio de sentimentos ruins. E os personagens maus acabam tendo uma permissão para incorporar determinados padrões de comportamento. Por isso são tão amados, porque o público se identifica com o que é humano."
E mesmo com a via de comunicação dos telespectadores com os artistas ficando cada vez mais fácil através das redes sociais, a atriz afirma que não se importa muito com as críticas negativas que pode vir a receber. "Não ligo muito não... Dou o meu melhor e quando saio de lá (do set), me desligo daquilo. Aí, se agradar agradou, se não agradar não agradou. Se a Cora vai ser amada ou odiada, eu não sei...", pondera.
(Por Samyta Nunes)