Dira Paes mergulhou fundo na composição de Rosa, a policial que interpreta em "O Rebu", a nova novela das onze da Globo, que estreia em 14 de julho. Em conversa com o Purepeople, a atriz conta detalhes da pesada preparação corporal que encara desde abril, na qual participou de várias operações reais ao lado da polícia. Em uma delas, Dira acompanhou oficiais que encontraram um corpo. "Na hora foi preciso reagir como uma policial mesmo. A minha sorte é que era um indivíduo já procurado pela polícia. Ele estava à beira de uma vala, com 10 perfurações", relata.
Quem ainda tem as imagens sensuais da Celeste de "Amores Roubados" na memória pode se preparar para ver sua intérprete completamente diferente neste novo trabalho. "Vocês vão me ver de uma outra maneira... Agora, confesso que o distintivo e a arma causam furor! (risos). Eu estava toda pronta e quando coloquei os dois, senti ali um certo "balançar". Acho que sensualidade é uma coisa que independe... Mas ela não tem isso, ao contrário, tem até uma secura, uma postura meio neutra. E talvez isso aguce o desejo dos homens... Será? Vamos ver... (risos)", especula atriz.
Segundo Dira, para entrar no universo da corporação foi preciso trabalhar duro: "Num primeiro momento ela é uma policial investigativa, mas a preparação física foi fundamental para essa sensação de se sentir policial. Então era preciso pegar isso pela postura, linguagem, olhar, frieza e pelas reações. (...) Exercícios físicos, invasão de domicílio, deflagração... Eu também acompanhei uma busca real onde foi achado um corpo com dez perfurações, em posição de defesa. Ou seja: aí já começa uma postura mesmo de policial, onde você verifica há quanto tempo o corpo estava alvejado, qual o tipo de arma, o que ele tinha no bolso... Coisas que eu acho que se repetem na novela, de alguma maneira. Então, você ter a vivência disso, lembrar do cheiro que aquilo tinha, é meio caminho andado para chegar na essência da personagem".
A artista afirma que não teve nenhuma reação diferente dos companheiros de operação: "Na hora foi preciso reagir como uma policial mesmo. A minha sorte é que era um indivíduo já procurado pela polícia e ele estava à beira de uma vala ali de Guaratiba (bairro do Rio de Janeiro), com 10 perfurações, principalmente no tórax e alvejado na mão também, aproximadamente há dez horas no local (...) O trabalho da polícia é muito perigoso e definitivo para a sociedade".
A versatilidade da atriz é facilmente perceptível pela variedade dos papéis que coleciona ao longo da carreira. Por isso, não foi a primeira vez que teve que pegar um revólver. "Em cena eu já tinha pegado em arma para atirar, mas não tinha feito preparação. Modéstia à parte, eu tenho uma pontaria muito boa. Acertei o alvo algumas vezes, mais do que esperado. Acho que é um ótimo esporte porque exige uma concentração muito grande. As posições de confronto são muito difíceis, você vê como é difícil a profissão e como é arriscada... Nós fizemos algumas invasões, proteção e manipulação da arma, quando você não está com ela em riste. A convivência com a arma naqueles dias me foi de muita valia e bem importante. É uma presença dentro da composição física, porque o revólver está no policial", conta.
Na trama, Rosa chega à mansão de Angela Mahler (Patricia Pillar) no dia seguinte à festa em que um corpo aparece boiando na piscina. O clima de mistério em torno do desenrolar da história, está deixando até o elenco na expectativa. "Nós estamos lendo o capítulo 22, eu estou curiosíssima, são 36 capítulos e eu não sei esse desdobramento. A gente está num momento que nem quando você está naquela página do livro, louca para saber o que vai acontecer... Mas eles não entregam! (risos) E eu espero esses próximos capítulos com a maior ansiedade, para saber se eu vou poder ter uma cena de ação, com arma em punho...".
Perfil da Personagem
Com tanto trabalho de preparação e pesquisa, Dira fala com facilidade sobre o novo papel: "A Rosa tem um diferencial que é uma certa masculinidade da própria postura de policial, onde a feminilidade fica em segundo plano. Mas ela é uma mulher nas emoções e um homem no raciocínio. Eu conversei com muitos policiais e diversas vezes ouvi 'eu nasci para isso' ou 'desde criança eu quis ser policial, e acho que a Rosa é assim, desde criança queria ser policial, não foi aquela que prestou concurso depois, ela só pensava nisso. É vocação. Ela tem essa firmeza de quem não tem dúvidas, só certezas."
A relação da inspetora com o delegado Pedroso (Marcos Palmeira) não é estritamente profissional, mas Dira faz mistério: "Rosa é o braço direito dele, é como se fosse uma parceria daqueles policias que pensam juntos. Eles têm um único dia para deflagrar o crime, para descobrir quem foi o assassino, então eu acho que é uma parceria que se estende um pouco fora do trabalho e faz com que eles estejam até num momento meio delicado da relação dos dois. E, sim, já tiveram 'alguma coisa'".
Animada, ela deixa transparecer sua expectativa para a estreia. "A polícia entra no terceiro capítulo, ou seja, na quinta-feira (17/07). Não percam, por favor! (risos), porque a equipe vai chegar para solucionar o crime e todo mundo é suspeito...", convoca.
(Por Samyta Nunes)