O cantor Diogo Nogueira se despediu de Monarco, sambista e integrante da Velha Guarda da Portela, durante velório na quadra da escola de samba em Madureira, Zona Norte do Rio, neste domingo (12). Autor de clássicos como "Foi um Rio Que Passou em Minha Vida" e Coração em Desalinho", o compositor e cantor morreu após complicações de uma cirurgia no intestino aos 88 anos. Nesse ano, a música brasileira já havia perdido Agnaldo Timóteo e Genival Lacerda, ambos em decorrência da Covid, e Marília Mendonça, após um acidente de avião.
Usando uma camisa azul e calça branca, cores da agremiação, Diogo Nogueira consolou a viúva de Monarco, dona Olinda. O namorado de Paolla Oliveira falou à imprensa do legado deixado pelo artista. "Ele é a própria Portela. Nosso papel hoje para esse legado, essa história se manter viva, acesa, é continuar cantando a obra desse grande compositor, desse grande homem, de um coração imenso, que sempre agregou, sempre valorizou jovens compositores", afirmou.
O diretor da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) Jorge Perlingeiro também se despediu do sambista, assim como Marisa Monte, que classificou o compositor como "gênio". "Era um grande exemplo também, de conduta, de altivez, resgatando essa tradição dos grandes bambas", frisou a cantora.
O vice-presidente da azul e branca lamentou a perda de um dos seus baluartes. "O coração da Portela fica despedaçado. O Monarco era não só um grande artista, mas também o guardião da memória da nossa escola. Várias gerações de portelenses aprenderam com ele os valores e princípios de fundadores. Ele transmitia aos mais jovens o que era a Portela", definiu.
Mauro Diniz, filho de Monarco, beijou a testa do pai no caixão coberto pelas bandeiras da escola e do América, seu time do coração. Outras agremiações também prestaram homenagens a Monarco, que deve ser enterrado por volta das 16h no Cemitério de Inhaúma.
Nascido Hildemar Diniz em 17 de agosto de 1933, Monarco ganhou esse apelido na infância, quando já tinha contato com membros da escola de samba mais vitoriosa do carnaval do Rio. Na década de 1950 já estava na ala dos compositores da Águia. Passou ainda pela direção de harmonia e escreveu "Passado de Glória", considerado o "esquenta" oficial da escola.
Em 1976, gravou o primeiro disco solo, com faixas que reuniram músicas como "O Quitandeiro". Já em 2010, gravou o primeiro DVD da carreira. Ao todo foram 16 discos, incluindo o "De Todos os Tempos", o último, em 2019, indicado ao Grammy na categoria Samba/Pagode. Monarco foi homenageado em 2016 com o Estandarte de Ouro de Personalidade.
Aos 75 anos, no começo da semana passada, a atriz e manequim Mila Moreira morreu aos 75 anos, tendo sua morte lamentada por vários famosos como Regiane Alves. A artista passou mal durante viagem com amigos e foi vítima de parada cardíaca.