A novela "Pecado Mortal" estreou na Record com ares de superprodução. A trama, que retrata o Rio de Janeiro na década de 1970, é a primeira escrita por Carlos Lombardi para a emissora. Famoso por colocar seus galãs sem camisa em cena, o autor acabou gerando, sem planejar, uma audiência formada em sua maioria por mulheres. Segundo dados da própria emissora, 65% do público da trama é feminino.
Para o protagonista Fernando Pavão, uma surpresa: "Recebo retorno tanto de homens, quanto de mulheres. Elas, claro, gostam de falar com o galã, mas eles também vêm falar muito sobre a história da novela, que fala sobre o jogo do bicho", diz o ator, em entrevista ao Purepeople.
Mas Pavão encara com naturalidade essa preferência feminina e acredita que os descamisados servem para chamar a atenção em um primeiro momento. "Desperta a curiosidade do público, claro, mas depois as pessoas começam a acompanhar a história. O texto do Lombardi é excelente, prende mesmo", elogia.
Para Vitor Hugo, que vive o investigador Picasso, o fato dos personagens ficarem sem camisa condiz com a realidade. "Na nossa vida ficamos sem camisa em vários momentos. Aliás, se você quer saber, me sinto às vezes até mais vestido na novela do que em muitos momentos do meu cotidiano", diverte-se.
A opinião de Vitor é compartilhada pelo autor, Carlos Lombardi. "Comecei a mostrar os descamisados a partir do incômodo que sentia ao ver novelas em que as pessoas do subúrbio pareciam mais vestidas que dinamarqueses no inverno. Não tinha nada a ver com a realidade tropical, cheia de mulheres de top e shortinho e homens sem camisa no dia a dia", disse em recente entrevista ao Purepeople.
Mas se para Vitor Hugo é normal ficar sem camisa durante suas cenas - ou com ela aberta boa parte do tempo -, ser considerado "o descamisado mais gato de 'Pecado Mortal'" em uma enquete feita pelo site oficial da trama o deixa constrangido. "A beleza está nos olhos de quem vê", diz, aos risos.
O ator, que se assume um sedentário convicto, confessa que precisou suar para ganhar o corpo do personagem. Literalmente. "Meu esporte é ler poesia e estudar filosofia. Não jogo nem futebol aos fins de semana! Mas para compor o Picasso comecei a correr, fazer musculação e aulas de luta, que eu nunca nem tinha feito. Foram quase cinco meses de treinamento intenso. Agora sim tenho condições de dar vida a esse cara cheio de sex appeal, exibicionista e vaidoso ao extremo".
Fernando Pavão, que ocupa o segundo lugar na lista dos mais gatos da novela, confessa que também preparou os músculos para exibi-los em cena. "Já levava uma vida saudável, mas intensifiquei meu condicionamento físico com a ajuda de um personal trainer. Fora isso evito frituras, não bebo e nem tomo refrigerantes. Mas nada que me faça sofrer. Gosto desse estilo de vida mais natural".
E embora garantam que não estão nem aí, os atores, ambos casados, assumem que o assédio feminino aumenta quando interpretam esse tipo de personagem. "Aumenta sim, mas até agora ninguém passou do ponto", conta o intérprete do hippie Carlão.
Já Vitor Hugo diz que acha curioso como as pessoas ainda confundem o ator com seu personagem: "Ouço comentários dentro da Record, que é onde fico a maior parte do tempo, gravando. É como se eu tivesse ficado mais bonito de uma hora pra outra. Nenhum mérito pra mim. Mérito para o charme que o Picasso causa", exagera.
Além de Vitor e Pavão, o time dos descamisados de "Pecado Mortal", dirigida por Alexandre Avancini, ganha força com Marcos Pitombo, Iran Malfitano, Cláudio Heinrich, Daniel Del Sarto e Felipe Cardoso.
(Por Carmen Moreira)