No começo da semana, Yanna Lavigne criticou o julgamento entre mulheres e a falta de sororidade. Nesta sexta-feira (17), Deborah Secco reforçou o discurso da atriz ao desabafar em uma carta aberta para a revista "Glamour" sobre a repercussão depois de admitir que traiu todos os antigos namorados. "Como todo ser humano, eu falho. A única diferença é que, no meu caso, acabo vendo meus erros julgados na imprensa e nas redes sociais. Na mais recente rodada de manchetes, ganhei matérias incontáveis por ter admitido que traí – vi publicadas até listas com meus namorados 'corneados'. Algo que, convenhamos, não ocorre quando um homem público comete os mesmos 'erros'", iniciou.
"Eis o ponto dessa conversa. Não, eu não me orgulho de ter traído, mas me pergunto: por que uma mulher, ao falar sobre sexo, é tida como vagabunda? É cansativo atender às convenções impostas às mulheres. Não temos direito ao prazer e muito menos à liberdade de pôr na mesa assuntos velhos e vis. O pior? Perceber outras mulheres recriminando como se fossem... homens. Minhas queridas irmãs: ou nos unimos ou continuaremos com taxas alarmantes de feminicídio", continuou a artista, que revelou ter sido trancada em quarto por um ex-namorado.
Deborah, escalada para a novela "De Volta Para Casa", refletiu acerca de outras mulheres que não possuem a mesma liberdade de demonstrar opinião: "Longe disso ser um exagero, sei que, embora eu tenha estrutura para aguentar porradas em programas de fofoca, muitas mulheres mantêm relacionamentos por medo do machismo ou porque, ao revelar ou ter traições descobertas, sentem a dor fisicamente, na carne. Tantas vezes até sangrar e morrer. Resumindo: a maneira como encaramos nosso comportamento sexual é uma das formas de machismo mais desonestas, porque ela leva à violência, ao homicídio".
Para finalizar, Deborah pediu mais união entre as mulheres: "Então, esse não é um papo sobre mim ou meus atos. Falo de sororidade e de como nós, mulheres, somos vistas e nos enxergamos. Não podemos mais nos sujeitar a esse tratamento desigual. E se o processo para descontruir esse abismo entre gêneros é difícil, acredito que o caminho é falar sobre o assunto. Eu falei. Vamos nessa?".
(Por Tatiana Mariano)