Daiane dos Santos , atual comentarista da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024, quebrou tudo na 'Dança dos Famosos' e está presenciando feitos históricos para o Brasil no esporte. Nesta semana, a equipe feminina venceu sua primeira medalha - um bronze - na final por equipes. Algo que, há 20 anos, era impossível.
Mas, além da primeira conquista da equipe nestes Jogos Olímpicos, a primeira medalha individual brasileira na ginástica feminina veio há apenas 3 anos, com Rebeca Andrade em Tóquio, quando ganhou a prata no individual geral e o ouro no salto. Desde então, muita gente se questiona sobre uma possível medalha de ouro de Daiane dos Santos nas Olimpíadas.
Se você, assim como muita gente (que tiveram suas opiniões anexadas no final desta matéria), fez parte do evento canônico de imaginar que Daiane dos Santos tem uma medalha olímpica, nós estamos aqui para esclarecer este grande mal entendido que, cá entre nós, não diminui a grandiosidade do legado de uma das atletas mais importantes do nosso país.
Daiane dos Santos tem muito do que se orgulhar de sua trajetória na ginástica artística. Em 2003, ela sucedeu a prata de Daniele Hypólito em 2001 e foi a primeira medalhista de ouro na ginástica brasileira, sendo também a primeira campeã mundial negra da história do esporte.
Franca favorita às medalhas de ouro em todos os mundiais seguintes, Daiane nunca conseguiu repetir a marca. Nas Olimpíadas de Atenas em 2004, ela foi a quinta colocada no solo após sair do tablado em uma de suas passagens. Nos mundiais de 2005, 2006 e 2007, ficou na 7ª, 4ª e 23ª posição, respectivamente.
Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, Daiane acabou saindo do tablado mais uma vez e terminou a disputa do solo na 6ª posição. Já nas Olimpíadas de Londres, em 2012, a ginasta não fez uma boa classificatória e sequer avançou para a final. Mas Daiane dos Santos, embora não tenha medalhas nas Olimpíadas, não resume sua carreira a isso.
Se hoje as meninas do Brasil brilham garantindo medalhas pela ginástica artística, especialmente Rebeca Andrade, que conheceu Daiane dos Santos há 15 anos, é dever de todos reconhecer o caminho pavimentado pela veterana e outras estrelas até aqui.
Criadora de dois elementos autorais e dificílimos no solo, o Duplo Twist Carpado (Dos Santos I) e Duplo Twist Esticado (Dos Santos II), Daiane dos Santos se eternizou ao som do 'Brasileirinho' e, além das medalhas, ajudou o país a olhar a ginástica artística com outros olhos. Nasceu, pós-Daiane, uma geração apaixonada pelo esporte.
A partir de novos olhos, vieram mais patrocínio, investimento e, consequentemente, resultados. Se hoje as brasileiras colhem frutos de seus trabalhos, é dever de todos reconhecer aquelas que pavimentaram o caminho lá atrás, e Daiane dos Santos é, sem dúvidas, uma delas.
E Daiane está pronta para passar este legado adiante, embora seja lembrada eternamente como um ícone do esporte nacional: "Quando uma menina hoje em dia que olha para a Rebeca e pensa: ela tem uma história igual a minha, se ela chegou lá eu também posso. E aí vai da gente que está do outro lado apoiar e incentivar. Toda vez que a Rebeca tá ali no pódio, ela ajuda a mudar a vida de várias brasileiras. É o nosso legado do bem, nossa esperança", declarou ela em entrevista ao site Olimpíada Todo Dia.