Uma das técnicas mais tradicionais do artesanato usado na moda, o crochê é queridinho de nossas avós e provavelmente vai estar em alta quando seus netos vierem ao mundo. É que a técnica, além de simples, não envelhece. Pelo contrário. Entra ano, sai ano, o crochê aparece sempre de forma renovada na moda, na decoração, no artesanato... Quem nunca se apaixonou por um bichinho ide brinquedo feito com a técnica, ou mesmo com um artigo de decoração?
Por ser artesanal, o crochê tem uma pegada boho, aquele estilo boêmio chique (meio hippie) que tem sempre seu público na moda. Aliás, o biquíni de crochê era o máximo no auge dessa era, nos anos 60 e 70. Hoje a técnica ganha uma nova roupagem. Aparece em peças mais descoladas e às vezes com uma pegada esportiva. A LED, marca do designer mineiro Célio Dias, que apresentou pela segunda vez sua coleção no são Paulo Fashion Week, traz o crochê no melhor do street wear, apresentando a técnica de uma maneira para lá de vanguardista. Outra marca que apostou no artesanato foi o projeto do designer Gustavo Silvestre, Ponto Firme. O projeto capacita detentos em uma penitenciária, em Guarulhos, para tecerem peças em crochê. Incrível! Silvestre ficou conhecido, também, por ser o responsável o biquíni de crochê usado por Anitta no clipe de Bola, Rebola. Outra grife que apresentou a técnica em sua coleção no São Paulo Fashion Week foi a veterana Lilly Sarti, queridinha entre as fashion girls paulistanas. Com pegada bem feminina e romântica, a grife apostou em vestidos e tops em tons de nude.
Já nas passarelas internacionais, o crochê vem bombando há algumas temporadas. O designer americano Michael Kors é um dos que gostam de apostar na técnica para trazer conforto e um toque handmade às suas coleções. Já a designer Stella McCartney, árdua defensora da sustentabilidade na moda, apostou nas peças e acessórios com pegada artesanal. A grife francesa Sonia Rykiel trouxe bossa à barra do vestido com pontos soltos e a grife Ashish apostou em uma técnica que lembra as colchas antigas das casas das avós, porém de um jeito supercool!
Não é preciso, no entanto, bancar uma roupa de grife para entrar na onda. O crochê é superdemocrático também nesse aspecto. É acessível em feiras de rua e pode, também, ser feito por quem quer usar a peça ou por alguém próximo que domine a técnica. Basta um pouco de criatividade e mão na massa.
(por Deborah Couto)