Apesar de ter impactado diretamente o funcionamento do comércio, o período da pandemia também impulsionou o aparecimento de empreendedores no ramo da confecção e da moda. Diversos fatores nacionais e internacionais contribuíram para o recorde de microempreendedores individuais nesse ramo.
Segundo Eduardo Cristian, CEO da empresa Costurando Sucesso, voltada a cursos e mentorias para empreendedores do ramo têxtil e de confecções, a cada dez novos MEIs nos últimos anos, nove estão ligados à moda, um aumento de 16,5% comparado com 2018 e 2019.
"O primeiro motivo é por conta do impacto dos produtos chineses e dos países concorrentes, pois de cada dez peças vendidas no Brasil, três eram importadas e isso não está acontecendo mais. Então houve um aumento na demanda de consumo interno", explica. A China teve sua produção impactada pelo coronavírus, além do dólar encarecer os importados.
Outros fatores que também causaram impacto no segmento, tanto na falta de matéria-prima, quanto no aumento dela e dos insumos, além da alta do dólar, foram a inflação e o aumento da demanda.
"Por conta disso, houve um gargalo na mão de obra, já que nós estávamos com ela no limite. Esse crescimento de demanda repentino fez com que muitas empresas voltassem a contratar costureiras para aumentar o seu quadro de produção", relata.
Eduardo acredita que, a partir de projeções do setor, esse efeito de crescimento de empreendedores no ramo dure até 2025. O mercado continuará aquecido, mas as pessoas que quiserem entrar nesse mercado precisam estar preparadas e capacitadas para aproveitar o momento.
"Por isso estamos focados em gerar conteúdos baseados na gestão de profissionais e gestão de liderança para capacitar empresários que consigam aproveitar esse momento positivo do mercado", comenta.