Cauã Reymond não quis saber de ser o mocinho do filme "Alemão". Convidado para interpretar um policial bonzinho no longa inspirado na ocupação do Complexo do Alemão, no Rio, o ator recusou o papel e pediu para viver na pele do vilão. No filme de José Eduardo Belmonte, ele é Playboy, traficante do morro, que é caçado por seis policiais.
Em entrevista ao jornal "Extra" desta terça-feira (11), o ator disse que o personagem o fez sair da rotina, do jeito que ele queria, e o impulsionou para uma nova fase na carreira.
"Estava querendo me desafiar como ator, queria mesmo era fazer o mauzinho. Nem, da Rocinha, me inspirou muito, porque ele entrou no tráfico, porque não tinha dinheiro para cuidar do filho doente", diz o ator, que já espera a continuação do longa. "Estou torcendo muito para ter 'Alemão 2'", contou no dia da pré-estreia do filme, no Rio de Janeiro.
Para compor o personagem, Cauã visitou as comunidades do Alemão e do Vidigal. "Numa das visitas, encontrei Adriano (o jogador) jogando cartas num bar. Conversei com gente que já esteve no tráfico, ouvi o ponto de vista dos policiais. Escutei muito (funk) proibidão", disse.
O diretor Belmonte já antecipa que o longa é sobre "o tema brasileiro que é o abismo social". Classificado como uma das experiências mais ricas de Belmonte nos cinemas, o filme conta com elenco de peso.
Antônio Fagundes faz o delegado desesperado ao ver que o filho, Samuel, (Caio Blat) se envolve no morro. Ele, o filho, é um dos infiltrados da polícia na comunidade para cumprir uma missão de inteligência. Além de Caio Blat, o filme também conta com o ator que vive Laerte em "Em Família", Gabriel Braga Nunes (Danielo), Marcello Melo Jr. (Carlinhos), Milhem Cortaz (Branco) e Otávio Müller (Doca). "Alemão" estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (13).