Na pele do transexual Ivan de "A Força do Querer", Carol Duarte entregou que fez mudanças na sua percepção do feminino desde o começo das gravações da novela, em que o personagem iniciou a transição de gênero e adotou a identidade masculina. "Este trabalho mudou a minha aparência. Estou desde o início do ano sem depilar a perna. Mas isso não é um problema pra mim. Não deixo, por exemplo, de usar short por isso. Tem muitos tipos de feminino", avaliou em conversa com o Purepeople. Inclusive, a atriz fez uma reflexão sobre os esteriótipos de gênero presentes na sociedade: "Para ser mulher tem que depilar a perna? Para ser homem tem que ser fortão? O que nos diferencia? Qual é o limite entre o homem e a mulher? A gente não precisa se depilar. Isso é social".
Para a nova fase de Ivan, Carol engrossou a voz e começou a usar uma barba feita de cabelo humano. Segundo a atriz, o trabalho de caracterização do personagem dura duas horas: "Elas colocam pelo por pelo. Então é algo bem trabalhoso. Eu não sinto nenhuma dor na hora da aplicação. Elas usam uma cola especial. Quando acaba, eu morro de medo de passar a mão e acabar arrancando. Pra tirar, é só usar um produto especial". Carol, aliás, está tão adaptada com a barba que quase saiu com o visual de Ivan na rua: "Estes dias eu quase fui pra casa de barba. Já estava lá na portaria e me chamaram. Eu esqueci. Eu me olho no espelho com este visual e de barba e eu achei engraçado. Fiquei surpresa ao conhecer minha versão masculina. Como seria eu se eu não tivesse nascido menina. Estou achando ok, mas eu também gosto da minha versão feminina".
Ao contrário de Ivan, Carol disse que é bastante vaidosa e já tem planos para o final da novela: "Adoro fazer uma unha, usar maquiagem e comprar roupas. Mas não sou tão antenada, não sigo tantos modismos". Com o cabelo curto, a atriz disse que demorou a se acostumar com o novo look: "Nunca tinha cortado tanto assim, variava pouco. Estranhei nos primeiros dias, passava muito xampu na mão, mas agora estou gostando. É um corte masculino mesmo, mas essa coisa de masculino e feminino, sei lá mais o que é, né?".
(Com apuração de Carmen Lúcia e texto de Tatiana Mariano)