Apesar das dúvidas das autoridades em relação a manter a festa de Carnaval na Sapucaí, a folia do Rio, em 2022, vai acontecer, sim, se depender apenas das escolas de samba. A maior parte delas segue o cronograma à risca em relação aos preparativos para o desfile, marcado para o fim de fevereiro, em especial porque investiram dinheiro em fantasias e carros alegóricos.
"Aqui na Mangueira, todos os envolvidos com a produção do desfile no barracão estão trabalhando para que as alegorias e as fantasias estejam finalizadas no próximo dia 20 de fevereiro, independente do que os órgãos responsáveis decidam", explicou Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira, em conversa com o portal "G1".
"Aqui pensamos que o compromisso principal é pagar os fornecedores e a mão de obra que já está contratada para o trabalho que se iniciou em agosto", continuou Vieira, apreensivo. "A expectativa é que tenhamos condições de arcar com o pagamento do serviço contratado até aqui e, com isso, garantir que os profissionais do carnaval não tenham, mais uma vez, sua renda interrompida", afirmou.
Profissionais da saúde já deixaram claro que desaconselham a festa na Sapucaí, porque seria impossível controlar a circulação do vírus. Um eventual cancelamento geraria um prejuízo bilionário.
Para completar o problema em relação às incertezas, os ensaios técnicos das escolas, que em geral são gratuitos e acontecem no Sambódromo, não estão acontecendo. As agremiações têm feito os testes nas próprias quadras e barracões, com máscaras obrigatórias para todos os componentes.
A Sapucaí tem evitado permitir os ensaios por causa, justamente, da falta de controle do público. Por serem gratuitos, os ensaios costumam arrastar multidões, que não podem ser impedidas de entrar na avenida. Como se não bastasse, a área está em obras, o que dificulta a passagem das próprias escolas.
Os patrocinadores, no entanto, seguem pressionando as autoridades, embora a decisão final do comitê científico da prefeitura só deva sair no próximo dia 24 de janeiro, segunda-feira. Vale lembrar que, seja qual for a decisão do órgão, ela pode ou não ser acatada pela prefeitura, uma vez que o comitê fornece avaliações apenas em caráter consultivo.