Na TV como técnico do programa "The Voice Brasil", que está com novidades na atual edição, Carlinhos Brown, que integrará o juri com Ivete Sangalo, Michel Teló e Lulu Santos, em conversa com o Purepeople, relata o preconceito que já sofreu por ser um músico inovador: 'Eu já fui um Brown editado a partir da visão do outro. Muita gente me via como um cara louco e até drogado, como uma imagem que ficou de um negro, cantor brasileiro, rastafári, de que ele estava sempre fora dos padrões. Porém, eu não considero isso preconceito, acho que é uma ignorância real, mas eu sempre me calquei naquilo que tinha confiança. Na minha forma de escrever, no que eu acreditava, no que eu entendia como arte", explica o técnico que compôs uma música em homenagem à cantora Anitta e à miscigenação.
Multifacetado! Além de cantor, compositor e agitador cultural, Carlinhos Brown também fala da sua atuação como artista plástico e destaca como qualidade para um músico que está começado a carreira de que é fundamental ter confiança no seu trabalho. "Sempre fui muito seguro e isso é muio importante para um artista. Tão seguro que eu sempre me desafiei e continuo me desafiando em outros sentidos. A minha melodia escorre por tintas hoje e anda muito bem e muito segura. Eu vou fazer uma exposição enorme agora em Madri com 25 telas e 3 instalações. Fui convidado pela Fundação Telefónica e vou participar do evento de 20 anos da cooperação espanhola para fora da Espanha sobre a visão dos reis da Espanha, que sempre me apoiaram. Então, eu sempre tive segurança em quem me enxerga".
No programa desde a sua primeira edição, em 2012, o cantor avalia a fama de falastrão, que até já resultou em piadas de Michel Teló durante um programa. "Eu entrei no The Voice como alguém que falava muito, que perdia tempo, mas estava inatingível a compreensão do que eu me propunha a dizer. Quando entrei aqui eu me propus a não ser o que eu via em programas de TV. De que eu pudesse tecer um comentário positivo para aquele que vinha. Eu achava muito ruim em um programa de calouros quando alguém chegava para cantar e o jurado fazia comentários derrotistas para essas pessoas. Considero que todos que se expõem o fazem pela necessidade e também por vontade de aprender. Aqui, eu tive a oportunidade de mostrar o que eu faço há 35 anos com o movimento Axé Music. E não foi um movimento qualquer. Ele reafricanizou a América Latina como um todo".
(Por Helena Marques)