Carla Diaz recordou ter enfrentado pesadelos durante as filmagens dos longas sobre o assassinato do casal Richthofen. "Acessei emoções que eu, como Carla, nunca havia acessado na vida. Houve dias em que não conseguia me desligar. Tive algumas noites com pesadelo, dormindo mal", explicou ao jornal "Extra" deste domingo (3). As duas versões do crime são contadas em "A Menina que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais", disponíveis na AmazonPrime.
"Sou muito intensa, não consigo me envolver pela metade em nada. Para me recompor, optei por ficar na minha casa, no meu canto, sozinha. Isso me ajudava a voltar para o meu eixo. Mesmo assim, para você ver a intensidade, filmamos os dois longas-metragens em 33 dias. Então, não tive muito tempo para mim", prosseguiu a protagonista, que passou por testes até ser escolhida para viver Suzane Von Richthofen, condenada pelo duplo homicídio ocorrido em 2002.
Revelada em comerciais de TV e com uma série de novelas no currículo, como "Éramos Seis" (1994), "Chiqutititas" (1997/2001), "O Clone" (2001, que retorna ao ar nesta semana) e "A Força de Um Querer" (2017) disse ter recorrido à Internet para lembrar melhor a cobertura da mídia sobre os crimes.
"Tinha 12 anos na época e tenho lembranças nítidas dos noticiários. Precisei me dedicar muito a esse projeto. Vi todos os vídeos disponíveis na internet, li reportagens, ouvi o depoimento dos envolvidos, conversei e fiz workshop com os autores Ilana Casoy e Raphael Montes", detalhou a colega de elenco de Leo Bittencourt, com quem teve desentendimento após postagem polêmica do ator.
E em uma das cenas, Carla protagoniza uma sequência de nu, algo inédito em sua carreira. "Já tinha feito outras cenas mostrando o corpo na TV, onde havia restrições, pelo horário. Como atriz, estou focada em ângulo da câmera, no enquadramento, no microfone.... É tudo ensaiado", apontou.
E descartou incômodo com a cena sem roupa nos filmes. "O que acontece numa sequência como essa do filme é ter um número menor de pessoas no set, um cuidado para os atores se sentirem confortáveis. Mas essa não é uma questão para mim. Se é por um propósito da personagem, para a história, eu me entrego e faço sem reservas", acrescentou citando ainda a diferença de interpretar uma personagem fictícia e uma da vida real.
"Só pelo fato de ser uma personagem real, já é difícil. Nunca tinha experimentado isso em 29 anos de carreira. É um trabalho de composição diferente, uma construção que não parte do zero. Quando a gente pega um personagem que não existiu, tem uma liberdade na criação. Nesse caso, não. É um processo mais delicado e minucioso".