Uma declaração de Jade Picon no "BBB 22" colocou em foco a calcinha descartável, um item pouco comentado no universo feminino. A participante mais fashionista do reality revelou ter optado por esse underwear no confinamento, fez as buscas dispararem e também o debate sobre a sustentabilidade dessa escolha.
Para saber quais são as indicações de uso e se há algum prejuízo ou benefício para a saúde íntima e para a pele, o Purepeople conversou com a ginecologista Michelly Mota, graduada Universidade Federal do Rio de Janeiro e docente na Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá, e também com a Dra. Nidia Lina, da clínica Facelines.
O principal ponto de alerta da ginecologista é o material em que o item é confeccionado. "O recomendado para o uso diário são calcinhas de algodão, que deixam a região íntima mais arejada. Geralmente o material dessas calcinhas descartáveis é o TNT, que pode abafar a região", aponta dra. Michelly.
"Quando isso acontece, o pH vaginal pode ficar mais ácido ou alcalino, desencadeando candidíase ou vaginose, trazendo bastante desconforto. Além disso, a mulher pode ter uma alergia ao material", sinaliza a médica.
Ela também reforça o impacto ambiental da escolha: "Por ser um produto descartável, precisamos levar em conta a produção de lixo desnecessária, nosso planeta agradece. Por estes motivos, não recomendo o uso desse produto diariamente", explica.
Para dra. Michelly, a peça íntima em questão deve ser restrita a momentos de específicos e por curto espaço de tempo. "Acredito que pode ser sim uma opção para casos específicos, quando a mulher não vai poder lavar suas roupas, por exemplo. Entretanto não deve ser usado com frequência. Mesmo em uma viagem, indico levar peças suficientes vão garantir a higiene e evitar problemas desagradáveis, então é bom planejar bem a bagagem", orienta a médica.
"No caso da participante do BBB, talvez seja compreensível, uma vez que ela não queria expor suas peças íntimas ou lavá-las em rede nacional, ou talvez por outro motivo. Mas precisamos refletir: será que devemos usar algo sintético, com material muitas vezes desagradável por tanto tempo, considerando que ela pode ficar lá por meses? Minha recomendação é o uso de calcinhas de algodão e, quando a mulher estiver em casa, tentar ficar sem calcinha, ou com um short largo. Esse hábito vai ajudar na saúde íntima", destaca.
Já considerando a pele, a peça em questão não tem potencial para doenças desde seja corretamente usada. "Se a pessoa trocar adequadamente, conforme o tecido da peça e orientação do fabricante, não causa prejuízos a pele, como dermatite, infecções fúngicas ou bacterianas. Mas o ideal é para momentos específicos como pós-cirurgias e spa", aponta Dra. Nidia.