A polêmica envolvendo as biografias não autorizadas continua rendendo. Caetano Veloso agora está se posicionando a favor da divulgação de informações sobre sua vida privada. Antes, ele era um dos principais integrantes do movimento "Procure Saber" a se posicionar contra. Sua nova posição está presente em um vídeo feito durante uma aula da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no último dia 11 de novembro.
"Não tenho interesse nenhum em controlar nada que tenha respeito à minha vida pessoal. Podem divulgar o que quiserem. Porém, tenho respeito pelos meus colegas e apoiei a posição deles de querer tomar cuidado", afirmou Caetano.
Segundo o cantor, o assunto lhe rendeu duras críticas. "Como grupo, nós sofremos ataque da 'Carta Capital' à 'Veja', do Zuenir Ventura ao 'Pânico na TV'. De Jânio de Freitas a 'Pânico na TV'. Todo mundo atacando. Aí virou pressão", opinou. Em sua coluna no jornal "O Globo", o jornalista Zuenir Ventura ressaltou que até o momento o "Procure Saber" só havia feito uma coisa: desgastar a imagem dos músicos do movimento.
Na semana passada, Caetano pediu perdão a Roberto Carlos. Isso porque o cantor baiano criticou o Rei após a entrevista dele ao "Fantástico". No programa, Roberto disse ser a favor das biografias não autorizadas, mas "com certos ajustes". Na ocasião, Caetano não se conteve.
"RC só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei", escreveu em sua coluna no jornal "O Globo". Com a crítica, Roberto Carlos deixou o "Procure Saber". Ao pedir desculpas, o baiano mostrou-se arrependido do tom usado.
"Mesmo que ele nunca mais queira me ver, continuarei amando quem fez 'Fera Ferida' e 'Esse Cara Sou Eu'", escreveu ele. "Minhas trombadas nascem de querer quebrar algum esquema cristalizado que me impacienta. Mas acho que não tomo jeito, não vou mudar, esse caso não tem solução. Eu tinha feito muito esforço para defender a parte que acho defensável de uma causa que me estranha. Peço perdão".
O grupo "Procure Saber" foi criado no primeiro semestre de 2013 com a meta de brigar por mudanças na administração dos direitos autorais no Brasil. Desde outubro, a associação vem se manifestando contra à mudança no artigo do Código Civil que permite que biografados proíbam a publicação de biografias quando elas "lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais".
A mudança foi solicitada em uma ação movida pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) no Supremo Tribunal Federal (STF). Por causa dessa ação, uma audiência pública está sendo realizada em Brasília, hoje e amanhã, antes que os ministros do STF decidam sobre a questão.