A diversidade é um caminho sem volta na moda. Além da representatividade nas passarelas, os looks de desfiles vêm respeitando cada vez mais as características de cada pessoa e deixando de lado padrões a ser seguidos e isso pode ser visto, veja só, até nas passarelas que supostamente ditam as tendências de moda. Na beleza, isso pode ser visto através da make natural e também dos cabelos. A diversidade em relação ao hairstyle apareceu nas semanas de moda internacionais e ganhou coro no São Paulo Fashion Week, principal semana de moda do Brasil.
Os cachos soltos e o volumão podem, por exemplo, ser vistos em algumas das principais passarelas da temporada de moda paulistana. A Osklen foi uma das que apostou na diversidade, deixando cada modelo brilhar com seu cabelo natural. Essa foi a escolha, também, de marcas como a Cotton Project e a Two Denin. O liso, que vem substituindo o baby liss que dominou as temporadas anteriores, também apareceu em desfiles como o de Reinaldo Lourenço e da Handred. Mas a gente espera que a moda continue abrindo caminhos no lugar de impor padrões.
O projeto Top 5, uma parceria do São Paulo Fashion Week com o Sebrae, leva novos talentos de todos os cantos do país para a maior semana de moda do país e tem foco em uma cadeia produtiva sustentável para pensar o futuro da moda. Nesta edição a mineira LED, do designer Célio Dias, se destacou pela proposta sem gênero e sustentável que sua grife propõe. "O desfile trouxe o nordeste como inspiração e teve o objetivo de falar de representatividade e desmistificar a figura do 'cabra macho'", conta Célio. A marca, que nasceu sem gênero ("um assunto já ultrapassado", acredita Célio) trabalha com cores vibrantes desde o início e, segundo Célio, busca traçar um mix de tecnologia com artesanato, sobretudo com o crochê. "Entendo que consegui dar uma cara contemporânea para esse trabalho que, muitas vezes, é considerado vintage. Célio, que se destacou na semana de moda também por usar uma t-shirt com o dizer "Ele não" para sua entrada final na passarela, conta que o posicionamento "em prol da humanidade e da empatia", está no DNA da marca que consegue crescer levantando essa bandeira. "Não é simplesmente uma questão política, mas humana", diz. Em alta nesta temporada, o crochê também apareceu na coleção da designer Karine Fouvry, que apostou em um desfile todo artesanal com looks em off white que remetem, também, ao nordeste e, sobretudo, à contribuição africana na cultura nordestina.